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Curiosidades / Houdini

A história por trás do curioso código deixado por Houdini

Antes de morrer, o ilusionista Harry Houdini fez um acordo inusitado com sua esposa, o qual envolvia a comunicação entre vivos e mortos

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 12/11/2023, às 12h00

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Houdini em 1899; ao lado, sua esposa Bess durante a última sessão espírita - Wikimedia Commons/McManus-Youg Collection/ e Divulgação/Biblioteca do Congresso dos EUA
Houdini em 1899; ao lado, sua esposa Bess durante a última sessão espírita - Wikimedia Commons/McManus-Youg Collection/ e Divulgação/Biblioteca do Congresso dos EUA

Antes de morrer, o mágico Harry Houdini, o mais famoso da História, estabeleceu um acordo bastante peculiar com sua esposa, Bess, o qual envolvia a comunicação após a morte.

Após anos investigando — e desmascarando — sessões espíritas fraudulentas, essa seria a "prova final" para o casal sobre a possibilidade ou não dos mortos continuarem a entrar em contato com os vivos.

Assim, os dois prometeram que, aquele que morresse primeiro, faria uma tentativa de entrar em contato com o outro do além. Essa comunicação seria realizada por meio de uma mensagem em código e — no caso de ser Houdini o primeiro a morrer — pela abertura de um par de algemas de prata, uma habilidade característica do mágico em seus truques de escapismo.

O código secreto

O código secreto combinado entre Harry e Bess consistia na palavra "Rosabelle", seguida pela frase: "responda – diga – ore – responda – olhe – diga – responda – responda – conte". Essa combinação era conhecida apenas pelo casal e deveria ser dita por um médium.

Segundo informações do portal da Biblioteca do Congresso dos EUA, o acordo estipulava que, se a comunicação não fosse estabelecida dentro de 10 anos após a morte de um dos cônjuges, o pacto seria considerado quebrado, e a ideia de comunicação com os mortos seria refutada.

Houdini com os braços acorrentados em 1918 / Crédito: Wikimedia Commons/Mr. Gustafson

Após a morte de Houdini, Bess passou a realizar sessões anuais durante Halloween — data em que se deu a morte do mágico húngaro — na esperança de receber a mensagem prometida.

A última sessão 

Na noite de 31 de outubro de 1936, ela realizou a última tentativa de entrar em contato com o espírito de seu falecido marido.

A cena ocorreu no topo do Hotel Knickerbocker em Hollywood, com uma plateia de 300 pessoas. Edward Saint, o moderador da sessão, conduziu o evento, cujo cenário incluía uma mesa com algemas trancadas, uma trombeta e um pandeiro.

A sessão, como destaca o site governamental, foi planejada para coincidir com o décimo aniversário da morte de Houdini.

Houdini durante número com um elefante / Crédito: Wikimedia Commons/White Studio

Saint, conhecido por seu papel como gerente de negócios de Bess, realizou uma cerimônia que misturava orações e apelos ao espírito do mágico húngaro.

Até mesmo a música "Pomp and Circumstance", associada aos shows de Houdini, foi tocada na ocasião. Enquanto isso, inúmeras sessões espalhadas pelo país também buscavam contato com o ilusionista.

As expectativas, como é de se imaginar, eram altas, mas a tão aguardada mensagem de Houdini nunca chegou. A fonte destaca que supostas aparições do mágico até foram relatadas, mas o código, que somente sua companheira conhecia, jamais foi mencionado.

Anúncio no rádio

Após a sessão, Bess anunciou no rádio que seu falecido marido não havia se manifestado, expressando, em seguida, sua descrença na comunicação com espíritos, encerrando assim sua década de espera.

Em 1943, perto de sua morte, Bess refletiu sobre a vigília e afirmou: "10 anos é tempo suficiente para esperar por qualquer homem".