Durante a Segunda Guerra Mundial o animal foi perseguido pela cúpula de Führer, sendo acusado de fazer a saudação nazista
Victória Gearini Publicado em 26/12/2020, às 08h30 - Atualizado às 09h01
Durante a Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas despertaram a fúria da cúpula nazista. No entanto, segundo documentos descobertos em 2011 nos arquivos do Ministério do Exterior alemão, um cãozinho finlandês teria irritado profundamente os seguidores de Hitler.
As investigações
Poucos meses antes de Führerdecretar que mais de 4,5 milhões de soldados invadissem a União Soviética, o Ministério das Relações Exteriores em Berlim ordenou que aliados nazistas investigassem Tor Borg, um empresário que morava em Tampere, na Finlândia.
O homem era dono de um vira-lata chamado Jackie, que ficou conhecido por levantar a pata toda vez que escutava a saudação ''Heil Hitler!'. De acordo com 30 arquivos descobertos pelos historiadores, a esposa de Borg, Josefine, teria apelidado, ainda, o animal com o nome do ditador. No entanto, os documentos apontam que a mulher não simpatizava com os nazistas.
Na época diversas correspondências e telegramas do Ministério do Exterior alemão foram trocadas entre os simpatizantes e a cúpula nazista, que chegaram a orquestrar um plano para destruir a empresa farmacêutica de Tor Borg.
Em 1941, preocupado com as habilidades curiosas e intrigantes do cãozinho Jackie, o vice-cônsul alemão Willy Erkelenz escreveu que "uma testemunha, que não queria dar seu nome, disse ter visto e ouvido como o cão de Borg reagia ao comando 'Hitler' erguendo sua pata". Em seguida, a Embaixada da Alemanha em Helsinque interrogou o empresário, o questionando sobre as supostas saudações nazistas do animal.
A represália
O finlandês, por sua vez, afirmou que o hábito de Jackie de erguer a pata começou antes de 1933, ou seja, antes de Hitler assumir o controle da Alemanha. Segundo os documentos, o dono disse, ainda, que nunca fez nada que "pudesse ser visto como um insulto ao Reich alemão".
No entanto, os diplomatas alemães não acreditaram na versão de Borg e escreveram a Berlim afirmando que o homem estava tentando encobrir o “crime” cometido pelo animal. Em represália, o ministério da Economia e a Chancelaria de Hitler sugeriu que a empresa alemã IG Farben cortasse relações comerciais com o empresário.
Embora a repercussão do caso entre os nazistas, não há evidências de que o Führer soubesse sobre a existência de Jackie, como apontou o especialista em história do nazismo, Klaus Hillenbrand, em entrevista à agência de notícias Associated Press.
No fim, o caso foi esquecido e a companhia de Borg tornou-se líder de vendas em produtos farmacêuticos nos países nórdicos. O empresário, por sua vez, veio a falecer em 1959, aos 60 anos e, em 1971, sua esposa Josefine veio a óbito. Já Jackie teve uma vida tranquila e morreu por circunstâncias naturais.
Confira aqui a imagem de Jackie!
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Adolf Hitler 
