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Curiosidades / Monarquia

Luto e melancolia: a saga de Alice, filha da rainha Vitória

Óbitos e muito sofrimento marcaram a vida da princesa, cujo fim ocorreu bem na data de aniversário da morte do próprio pai, Albert

Vanessa Centamori Publicado em 28/07/2020, às 10h55

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Fotografia da Princesa Alice, em 1871 - Wikimedia Commons
Fotografia da Princesa Alice, em 1871 - Wikimedia Commons

Alice não só carregava o título de grã-duquesa consorte de Hesse e Reno, como também era filha legítima do príncipe Albert e da Rainha Vitória — a monarca emblemática que deu nome à Era Vitoriana, que marca seu longo reinado de 63 anos. 

A garota era, portanto, uma verdadeira princesa e tirou sorte grande por nascer em um berço tão célebre. Entretanto, os infortúnios de sua vida foram múltiplos, gerando até uma teoria de que ela teria vivido uma trajetória amaldiçoada. Mas o quão terrível foi a maldição que caiu sob Alice do Reino Unido?

A primeira tragédia 

Desde cedo, a princesa já sofria com a falta de pais presentes. Era criada pelos irmãos mais velhos. Passou a infância, na década de 1850, já presenciando o que era a guerra. Em 1854, aos 11 anos de idade, foi com a mãe e a irmã mais velha até hospitais londrinos visitar soldados feridos na Guerra da Crimeia. 

A personalidade de Alice se destacava por causa de sua sensibilidade. Ver aquelas cenas e passar pela primeira grande perda de sua vida, que foi o óbito de sua avó materna, Victoria (a duquesa de Kent), em 16 de março de 1861, a marcou para sempre. Nos momentos finais de vida da matriarca, a própria princesa que havia a tratado, mas não foi o suficiente. 

Alice e seu marido Louis / Crédito: Wikimedia Commons

Depois desse primeiro trauma, Alice viu também o pai adoecer. Tratou dele com cuidado, mesmo que Albert não fosse tão presente. Ele faleceu em 14 de dezembro de 1861, no Castelo de Windsor. A mãe da princesa, a Rainha Vitória, ficou muito abalada com a perda. Tanto que a garota teve que assumir o cargo de secretária não oficial da monarca.

O luto pelos filhos 

As tragédias pararam por um tempo. Alice se casou com o príncipe alemão Louis de Hesse, em uma cerimônia no dia 1 de julho de 1862. O casamento começou com uma relação boa, entretanto, o casal teve que se mudar para uma casa mais simples, já que o marido, por mais que estivesse na realeza, não era tão rico quanto a filha da Rainha Vitória. 

Então veio mais um baque. Em maio de 1873, o filho de dois anos de Alice, Friedrich, caiu da janela do quarto da princesa. Foi uma queda de dois andares: a criança não sobreviveu. Um quadro de hemofilia causou um sangramento contínuo que terminou de modo fatal. 

Diante desse acidente terrível, o casamento da princesa com o seu marido alemão nunca mais foi o mesmo. E a realeza voltou a sofrer novamente. No ano de 1878, ocorreu um surto de difteria, doença bacteriana que causa dor de garganta, febre e até inchaço dos  gânglios linfáticos.

A filha de Alice, de quatro anos de idade, Marie, morreu como resultado da enfermidade. A própria Alice e o marido também contraíram difteria. Ele não morreu na ocasião, mas a princesa sim.

A morte chegou no dia 14 de dezembro de 1878, dia do aniversário de morte do pai de Alice. Ela havia sido contaminada por um dos filhos, Ernest, ao beijá-lo como forma de consolação pela morte da irmãzinha. 

Alice ao lado de duas filhas / Crédito: Wikimedia Commons 

Maldição hereditária 

Em 1884, o marido de Alice, agora viúvo, casou novamente com a condessa Alexandrina Hutten-Czapska. Ele morreu um tempo depois, em 1892, de um ataque cardíaco repentino. 

Doze anos depois, uma das filhas que ele teve com Alice, Alix, se casou com um dos membros da dinastia russa dos Romanov. Ela deu à luz um filho com hemofilia, assim como a mãe.

O fim de Alix seria igualmente trágico. Em 1918, ela e a irmã, Elisabeth, que também era casada com um Romanov, foram assassinadas pelos bolcheviques como desdobramento da Revolução Russa. O episódio também aniquilou outros membros da linhagem Romanov, sobretudo Nicolau II (o último czar da história) e seus descendentes. 

Em 1978, o infortúnio passava para mais uma geração. O neto de Alice, Louis Mountbatten, foi assassinado pelo Exército Republicano Irlandês, após o grupo paralimitar implantar uma bomba em sua casa de verão em Mullaghmore, na Irlanda. 

Curiosamente, a morte de Louis pode ter ajudado a unir em assunto o Príncipe Charles com a Princesa Diana, que lamentou a morte do lorde. No futuro, o casamento entre os dois foi marcado por traições e fracasso. Ela faleceu em um polêmico acidente de carro em Paris, no ano de 1997. 


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