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Desventuras / Pearl Harbor

82 anos após Pearl Harbor: Os relatos de um sobrevivente do bombardeio

Mais de oitenta anos após o ataque surpresa contra os Estados Unidos, descubra os relatos de Jack Holder, militar que viu o bombardeio de perto

Ingredi Brunato Publicado em 07/12/2023, às 17h27

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Jack Holder (à esqu.) e foto do ataque (à dir.) - Divulgação/ U.S.Navy e Official U.S. Navy photograph
Jack Holder (à esqu.) e foto do ataque (à dir.) - Divulgação/ U.S.Navy e Official U.S. Navy photograph

Há 82 anos, em meio à Segunda Guerra Mundial, o Japão realizou o ataque surpresa à base naval norte-americana de Pearl Harbor, localizada no Havaí. A frota japonesa enviada ao local era composta por aviões de bombardeio, submarinos, navios-petroleiros e outras embarcações. 

A investida levou o governo norte-americano a declarar guerra contra o Japão, um conflito que terminaria alguns anos mais tarde quando as duas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki foram jogadas no país. 

Em menos de duas horas, 19 embarcações militares dos Estados Unidos foram destruídas, incluindo o USS Arizona, um enorme encouraçado. Além disso, 2.400 soldados estadunidenses morreram durante o bombardeio surpresa, enquanto 1.100 ficaram feridos. 

Em 2021, o portal Cronknite News repercutiu uma entrevista com Jack Holder, centenário, veterano do exército estadunidense e, na época, um dos 75 sobreviventes da investida bélica que ainda estavam vivos. 

Vi ali uma devastação que nunca esquecerei. É muito vívido. Lembro-me como se fosse ontem", afirmou ao veículo. 
Fotografia de Pearl Harbor durante o ataque japonês / Crédito: Getty Images

Trajetória militar

Holder trabalhava na base naval de Pearl Harbor há cerca de um ano quando ocorreu o fatídico ataque japonês. Ele relatou que ficou encantado com as paisagens do local à beira-mar, dado haver crescido no estado norte-americano do Texas — um lugar cercado por terra por todos os lados. Apenas começou a conhecer o mundo após se juntar à Marinha, o que fez quando tinha apenas 18 anos. 

Ele fazia parte do Esquadrão PBY VP-26, um grupo responsável por realizar patrulhamento e reconhecimento. Naquela manhã de 7 de dezembro de 1941, o soldado estadunidense fazia plantão no local. 

Quando a primeira bomba caiu em Pearl Harbor, caiu a cerca de 100 metros de mim. Minha seção ficava no hangar. O líder da seção tinha acabado de iniciar a chamada quando a primeira bomba caiu. E todos corremos para fora para ver o que aconteceu na explosão. Vimos todos os aviões e esse cara com a insígnia do sol nascente. Sabíamos exatamente o que tinha acontecido", recordou o veterano. 

Segundo Holder, ele conseguiu ver o rosto do piloto inimigo que bombardeou a vala de esgoto onde ele e seus amigos buscaram abrigo em seguida. Enquanto aguardava agachado, ele se perguntou se "aquele era o dia que morreria". Felizmente, ele estava enganado. Antes de ser resgatado, no entanto, ainda passaria três dias em sua vala improvisada, com a metralhadora em mãos. 

Após sobreviver a esse evento marcante, o militar realizaria mais de 100 missões junto ao exército norte-americano, sendo dispensado do serviço com honrarias em 1948. Depois, atuou como piloto profissional de voos comerciais e corporativos, conforme divulgou a Associated Press.

Fotografia de Jack Holder / Crédito: Divulgação/ U.S. Navy 

Foi apenas no fim dos anos 80 que descobriu o interesse do público em ouvir sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial direto das bocas dos soldados que viveram elas. Ele chegou a essa percepção após ser convidado a visitar o memorial da Segunda Guerra localizado em Washington. Jack Holder faleceu em 2023, com 101 anos de vida.