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Desventuras / Personagem

A visão de Freud sobre a homossexualidade: 'Não é nada de que se envergonhar'

Saiba o que o pai da psicanálise pensava sobre o tema

Redação Publicado em 18/04/2022, às 16h37 - Atualizado em 05/05/2022, às 09h21

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Sigmund Freud - Domínio público / Max Halberstadt
Sigmund Freud - Domínio público / Max Halberstadt

O que dizia o psicanalista Sigmund Freudsobre a homossexualidade?

Essa pergunta é respondida pelo próprio em alguns documentos que chegaram até nós nos dias de hoje, mais especificamente em duas cartas nas quais se dirige a pessoas comuns que buscavam entender o fenômeno.

É preciso ressaltar que o pai da psicanálise viveu em um período em que ser homossexual era considerado crime passível de punição em muitas regiões do mundo, bem mais do que nos dias de hoje.

Resposta a uma mãe

A primeira carta da qual dispomos foi escrita por Freud no dia 9 de abril de 1935. Nela ele tranquiliza uma mãe que havia pedido conselhos em relação ao filho.

"Prezada senhora, deduzo de sua carta que seu filho é homossexual... A homossexualidade certamente não é vantagem, mas não é nada de que se envergonhar, nem vício, nem degradação; não pode ser classificada como doença; consideramos que é uma variação da função sexual, produzida por certa interrupção do desenvolvimento sexual", declarou o psicanalista, conforme documentado pelo site do Museu de Freud em Londres.

Casal gay caminha de mãos dadas / Crédito: Imagem de LollipopPhotographyUK por Pixabay

Sobre essa consideração, o site do Museu de Freud em Londres ressalta que o psiquiatra austríaco considera que todas as formas de sexualidade na sociedade civilizada são 'severamente prejudicadas'.

Em seguida, Freud diz à mulher que diversas grandes personalidades dos tempos antigos, tais comoPlatão, Michelangelo e Leonardo da Vinci, eram homossexuais. "É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como um crime – e uma crueldade também. Se você não acredita em mim, leia os livros de Havelock Ellis”, recomendou o médico.

Carta a um homossexual

Em outra carta, desconhecida até pouco tempo atrás, Freud escreve a um homem não identificado, o qual se encontra perturbado pelo fato de ter um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, mais jovem que ele.

"Caro senhor, estou disposto a dar-lhe informações com o melhor de meu conhecimento. Não posso concordar com você quando chama a homossexualidade de vício ou crime. Não é nenhum dos dois, independentemente do que os códigos legais de vários países possam implicar", afirmou o psiquiatra, quem disse que a psicanálise "tem sido útil em casos raros".

Pessoa carrega bandeira LGBTQIA+ / Crédito: Getty Images

Ele ressalta que "em muitos outros fortaleceu uma predisposição concomitantemente existente a ponto da pessoa em questão poder viver bissexualmente." Porém alertou: "como esse tratamento é demorado e caro, você provavelmente não tem nada a esperar dessa direção. O caso talvez seja diferente para seu amigo, já que ele é muito mais jovem, sua decisão pode não ser definitiva e você está assumindo uma certa responsabilidade se criar experiências que o confirmem em sua homossexualidade", prosseguiu o médico. "Conselhos sobre isso não vão levar a nada; ele deve decidir entre os dois, qual impulso é mais forte."

Aqui, mais uma vez, Freud relembra que existiram muitas personalidades do passado que eram homossexuais.

No fim de sua carta, o médico considera que "não se pode deixar de lado o fato de que certo grau de inclinação para uma escolha de objeto homossexual faz parte da constituição do homem dito normal".

"O caso do homossexual na sociedade de hoje não é tão desesperador quanto parece para você. Em cada país há um número de indivíduos que, embora estejam fora da norma neste caso, provam ser plenamente válidos em muitos outros, distinguindo-se por realizações notáveis. Também é bem conhecido que algumas das maiores personalidades do passado eram homossexuais. Ainda mais frequente é o caso de os homens seguirem uma direção sexual durante um determinado período de suas vidas e depois trocá-la por outra. Ou que permaneçam suscetíveis a ambos os sexos – isto é, bissexuais – ao longo de suas vidas. Por fim, não se pode deixar de lado o fato de que certo grau de inclinação para uma escolha de objeto homossexual faz parte da constituição do homem dito normal.

Em vez de conselhos coloco estes esclarecimentos à sua disposição.

Atenciosamente

Prof. Freud", finaliza a carta.


O 'Desventuras na História' segue uma nova maneira de levar a História para o público, mas sem deixar para trás os fatos importantes. A ideia é transmitir o conteúdo, seja qual ele for, de forma mais íntima, como numa conversa.

Abaixo, você confere o episódio 'Conquistador nato: a saga de Alexandre, o Grande.


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