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Desventuras / Principessa Mafalda

'Titanic italiano': Como foi o naufrágio do SS Principessa Mafalda na costa brasileira

O naufrágio do Principessa Mafalda foi uma das maiores tragédias da navegação, e fez o navio ficar conhecido como 'Titanic italiano'

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/10/2022, às 13h35 - Atualizado em 09/12/2022, às 08h47

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Fotografia antiga do SS Principessa Mafalda, navio que veio a ser conhecido como 'Titanic italiano' - Domínio Público via Wikimedia Commons
Fotografia antiga do SS Principessa Mafalda, navio que veio a ser conhecido como 'Titanic italiano' - Domínio Público via Wikimedia Commons

Hoje em dia, a maior referência de catástrofe de navegação marítima que se tem é a do naufrágio do RMS Titanic, um navio britânico, há mais de 800 km de uma ilha canadense — que seria o ponto de terra firme mais próximo — , em 1912. Na época, cerca de 700 pessoas sobreviveram à tragédia, enquanto mais de 1.500 morreram.

Porém, não muito tempo depois, outra catástrofe marítima ocorreu, mas nunca foi tão comentada. No dia 25 de outubro de 1927, o transatlântico italiano SS Principessa Mafalda, afundou no oceano, bem próximo do litoral do estado da Bahia, no Brasil.

A grande embarcação da companhia Navigazione Generale Italiana, construída ainda na primeira década do século XX, teve sua viagem inaugural realizada ainda em 1909, antes mesmo do naufrágio do Titanic. O navio tinha como trajeto usual a viagem entre a Itália e a Argentina, passando inclusive pelo Rio de Janeiro e navegando na costa brasileira. 

Porém, em 1927, já sob a sombra do terrível acontecimento com o Titanic, o Brasil presenciou uma virada histórica: o navio afundou bem na região do arquipélago dos Abrolhos, no litoral da Bahia. Era uma tragédia.

O acontecimento passou a ser conhecido e referido por muitos como o 'Titanic italiano', além de ser extremamente importante para a história do Brasil por não só ter ocorrido em nosso litoral, como também ter marcado um grande e importante movimento migratório.

Fotografia do SS Principessa Mafalda antes de afundar
Fotografia do SS Principessa Mafalda antes de afundar / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

A viagem

Quando afundou, o SS Principessa Mafalda conduzia algumas famílias abastadas do Uruguai, da Argentina e do Brasil, que partiam em direção à Europa, além de centenas de imigrantes — ao todo, cerca de 1.300 pessoas.

De maneira mais específica, pouco mais de 60 passageiros estavam na primeira classe, 80 na segunda, quase 1.000 na terceira, e mais cerca de 300 tripulantes.

O capitão, na ocasião, era experiente marujo italiano Simón Guli, de 55 anos, como informado pelo site do Museu da Imigração. Porém, desde a partida do SS Principessa Mafalda, o capitão e alguns membros da tripulação se preocupavam com as máquinas do navio, que já não pareciam funcionar como deveriam — e, de fato, a preocupação não foi à toa.

Mesmo com a relutância, o navio partiu em viagem e, no fim da tarde de 25 de outubro de 1927, bem quando passava pelo litoral brasileiro — visto que o Rio de Janeiro era um dos destinos em que faria uma parada —, um grande barulho pôde ser ouvido pela embarcação, a estrutura começou a tremer e, então, começou a afundar.

O naufrágio

Enquanto o navio afundava, o caos se espalhou por todos os cantos: passageiros da primeira classe foram aconselhados a permanecer no restaurante, o contramestre cometeu suicídio, em desespero; parte da tripulação foi agredida e morta por passageiros revoltados.

Em resumo, o caos se espalhou a partir do momento em que o SS Principessa Mafalda começou a afundar, e apenas foi crescendo cada vez mais — até porque os botes salva-vidas também não estavam nas melhores condições.

Fotografia rara do SS Principessa Mafalda enquanto afundava, e pessoas fugiam
Fotografia rara do SS Principessa Mafalda enquanto afundava, e pessoas fugiam / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Porém, os pedidos de socorro foram rápidos: o navio Alhena resgatou mais de 500 pessoas no mar; o Empire Star, cerca de 180; o Formose, mais 200 pessoas; o Mosella e o Rosett, somente algumas 20. Porém, muitos outros barcos também chegaram ao local tarde demais e, ao todo, quase 400 pessoas faleceram no naufrágio.

Apesar disso, alguns dos sobreviventes se abrigaram na Hospedaria de Imigrantes do Brás, em São Paulo, e vários deles decidiram permanecer no Brasil. Com isso, o acidente marítimo também marcou um importante evento para a história da migração brasileira.


Você sabia?

A Casa Branca carrega a história de um queijo que intriga gerações. Essa curiosidade é tema do podcast 'Desventuras', que tem narração de Vítor Soares, professor de História.

Confira abaixo!