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Testeira

Mudanças climáticas deram origem aos primeiros seres humanos

Os efeitos das alterações climáticas

Fabiano de Abreu* Publicado em 22/11/2021, às 10h23

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Imagem meramente ilustrativa - TheDigitalArtist, via Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - TheDigitalArtist, via Pixabay

É de senso comum que a África Oriental seja o berço da evolução, porém, ao longo dos últimos cinco milhões de anos, a paisagem desse local tem sido moldada drasticamente por poderosas placas tectônicas e pelas alterações climáticas.

A parte plana e arborizada do Leste de África, por exemplo, está se tornando uma região montanhosa com uma paisagem fragmentada dominada pelo rápido aparecimento e desaparecimento de enormes lagos de águas profundas.

É dentro desse contexto de constantes mudanças, que surge um ser, que mais tarde viria a se tornar o que nós conhecemos como o humano. Vinte milhões de anos atrás, as placas continentais indiana e asiática entraram em confronto e empurraram o Planalto Tibetano, gerando a transferência de energia solar para a atmosfera, causando grandes correntes de convecção.

Todo este ar quente que sobe é aspirado como um todo. Isto tem um efeito na umidade do continente Africano, e assim começou a secagem progressiva da África Oriental.

Quando se coloca essa divisão climática em termos de evolução humana, é ela que separa os macacos africanos e os asiáticos, sendo que os primeiros, evoluiram para o ser humano moderno.

Essa nova vegetação fragmentada e as maiores distâncias entre as fontes de alimento podem ter levado à evolução do bipedalismo humano. O clima local da África Oriental variou ao longo de um ciclo de 20 mil anos, de extrema aridez à condições muito úmidas. Assim, nossos antepassados podem ter tido seu ambiente idílico retirado quando os lagos secaram ao longo dos anos.

Um estudo recente  publicado na revista PLoS ONE por Susanne Shultz, da Universidade de Manchester, liga estatisticamente o surgimento de novas espécies de hominídeos e o movimento para fora da África com o aparecimento e desaparecimento de lagos de água doce.

Por isso, temos como começar a montar uma percepção de como a paisagem do Leste Africano tem impulsionado a evolução humana nos últimos dez milhões de anos.

Em resumo, a união das mudanças vegetativas, climáticas e o poder exalado pelos movimentos tectônicos e suas consequências tiveram interferência direta no modo de viver dos animais que habitavam a África Oriental.

E isso pode ter levado ao desenvolvimento de nossos ancestrais hominídeos e à sua dispersão da África para o resto do mundo.


Fabiano de Abreu Rodrigues  é PhD, neurocientista com formações também em neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências.