Moradores locais temem que envio de balões contendo lixo e fezes — que começaram a ser avistados na noite de ontem — possa resultar em guerra
Redação Publicado em 29/05/2024, às 12h38
A Coreia do Norte enviou uma série de balões contendo lixo e fezes para o território sul-coreano — e esta não foi uma ação isolada. De acordo com a TV estatal norte-coreana KCNA, Pyongyang planeja enviar "dezenas de vezes mais" artefatos com o mesmo conteúdo ao país vizinho.
A declaração da Coreia do Norte surge após militares sul-coreanos terem relatado, na manhã desta quarta-feira, 29, que 150 balões, carregando fezes e lixo, foram avistados em áreas próximas à fronteira com o Norte.
Os balões começaram a ser observados sobrevoando o território sul-coreano na noite de ontem, terça-feira, 28, e alguns conseguiram chegar até uma província no sudoeste do país.
De acordo com informações do G1, imagens divulgadas pela mídia sul-coreana mostram balões brancos presos a sacos plásticos contendo lixo. Entre os resíduos encontrados estão garrafas de plástico, baterias, peças de sapato e fezes, conforme relatado pelos militares.
Autoridades sul-coreanas suspeitam que esse envio de balões seja uma resposta a ações similares promovidas por ativistas sul-coreanos e desertores da Coreia do Norte.
No passado, críticos do regime de Kim Jong-un lançaram balões contendo panfletos com informações negativas sobre o governo norte-coreano, além de cartões de memória com músicas de k-pop.
Apesar dos esforços do Sul em desencorajar tais práticas, inclusive com a aprovação de uma lei que proibia o lançamento de balões em 2021 (posteriormente derrubada pela Suprema Corte), a Coreia do Norte manteve sua posição. O país havia prometido uma "ação olho no olho" contra o que considerava "coisas sujas" enviadas da Coreia do Sul.
Em resposta à suposta provocação norte-coreana, as autoridades sul-coreanas pediram aos moradores que evitem se aproximar dos balões lançados pelo Norte e, em vez disso, notifiquem a polícia. Os militares sul-coreanos condenaram a ação do Norte, classificando-a como "desumana" e "vulgar", e alertaram para a violação do direito internacional e a ameaça à segurança do povo sul-coreano.
