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Notícias / Brasil

'Fiquei estarrecida’: filha de Di Cavalcanti condena ataque a obra no Planalto

Painel de Di Cavalcanti foi danificado por terroristas pró-Bolsonaro em invasão ao Palácio do Planalto, no último domingo, 8, em Brasília

Redação Publicado em 09/01/2023, às 16h20

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Elisabeth Di Cavalcanti, filha do pintor Di Cavalcanti (esq.) e tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, danificada no Planalto (dir.) - Reprodução/Twitter/GloboNews
Elisabeth Di Cavalcanti, filha do pintor Di Cavalcanti (esq.) e tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, danificada no Planalto (dir.) - Reprodução/Twitter/GloboNews

Nesta segunda-feira, 9, Elisabeth Di Cavalcanti, filha do pintor cariocaDi Cavalcanti, afirmou ter ficado “estarrecida” após ver no noticiário a destruição da obra de seu pai, exposta no Palácio do Planalto, em Brasília. A pintura, intitulada por colecionadores como “As Mulatas” e datada de 1962, foi perfurada pelos terroristas pró-Bolsonaro durante ataque às sedes dos três Poderes no último domingo, 8. 

Em entrevista para o jornal GloboNews, Elisabeth disse:

Fiquei estarrecida, acho que não tem palavras para descrever o que eu senti ao ver essa tela esfaqueada, sete vezes. O que falar? Acho que me faltam palavras". 

Ela também acrescentou, a respeito da importância artística e histórica do painel:

Como você vai fazer isso com um patrimônio?  A pessoa devia estar com muito ódio, muito ensandecida [...] Quem fez isso certamente não conhece Di Cavalcanti, e não deve conhecer nada. Esse trabalho é a memória brasileira. Meu pai era um pintor que fez arte social voltada para o povo, foi o pintor que mais soube traduzir a brasilidade".

A obra 

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a obra é avaliada entre R$15 milhões e R$20 milhões e vai passar por restauração:

Vão fazer pequenos reentelamentos atrás do painel ou reentelar na sua totalidade, e recuperar a sua policromia, que foi destruída. Provavelmente, o Planalto tem em seus arquivos a imagem em alta [resolução] desse painel, que ajudará muito a sua restauração", afirmou Elisabeth

A arte de Di Cavalcanti, que morreu em 1976 no Rio de Janeiro, pode remeter a uma encomenda feita pela companhia de navegação estatal Lloyd Brasileiro, extinta em 1997, conforme informado pela herdeira.

Eles tinham navios turísticos, que faziam viagens do Rio para Buenos Aires, por exemplo, e compraram essa tela para decorar o salão nobre de um dos navios da companhia. Depois que a Lloyd acabou, essa obra foi parar na sede do governo brasileiro".

Vandalismo 

Além da pintura de Di Cavalcanti, outros itens foram danificados pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, como a escultura “Bailarina” de Victor Brecheret e o vitral “Araguaia” de Marianne Peretti.