Livros de matemática com supostas conotações sexuais passaram por revisão após viralizarem em rede social chinesa
Redação Publicado em 23/08/2022, às 08h13 - Atualizado às 08h56
Uma investigação feita pelo Ministério da Educação da China resultou na punição de 27 pessoas pela publicação de um livro escolar de matemática com ilustrações “tragicamente feias”.
Segundo um comunicado emitido pelo órgão na segunda-feira, 22, os indivíduos foram considerados “negligentes com seus deveres e responsabilidades” e foram punidos, incluindo o presidente da editora responsável.
O presidente, o editor-chefe e o chefe do escritório de edição do departamento de matemática foram demitidos e receberam “deméritos formais”, uma forma de punição que pode afetar um emprego futuro ou posição dentro do partido do país.
Na declaração, o ministério afirma que as ilustrações contidas nos livros, que “não eram bonitos”, eram “bastante feias” e não “refletiam adequadamente a imagem ensolarada das crianças da China”.
Também foram analisados problemas estruturais nos livros, como o tamanho, qualidade e quantidade das ilustrações, em que algumas constavam “problemas científicos e normativos”, de acordo com o jornal The Guardian.
Os livros foram publicados pela People's Education Press e eram usados desde 2013 em escolas primárias de todo o país. No entanto, viralizaram na plataforma Weibo, similar ao Twitter, no final de maio após um professor publicar fotos das ilustrações.
Uma delas mostra crianças usando roupas estampadas com estrelas e listras e nas cores da bandeira americana, enquanto outra apresenta garotos com protuberância nas calças, vista por alguns como o contorno de seus órgãos genitais.
Na época, o Ministério da Educação da China interveio exigindo a retificação das publicações, com uma nova edição pronta para o próximo semestre, ordenando uma “inspeção completa” afim de garantir livros que “aderem às orientações e valores políticos corretos, promovam a excelente cultura chinesa e estejam em conformidade com os gostos estéticos do público”.
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