Janela do submersível pode ter sido um dos fatores da tragédia

Na última quinta-feira, 22, o submersível da OceanGate, que estava desaparecido em alto mar desde o último domingo, foi encontrado. Após localizado, foi constatado que o transporte sofreu uma implosão, e, todos os tripulantes que estavam na expedição que visava levar os turistas para ver os destroços do Titanic, que naufragou em 1912, faleceram. 

Segundo o portal de notícias do UOL, AgnaldoMartins, oceanógrafo e coordenador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comentou que a janela do Titan, assim nomeado o submersível, pode ter cedido por conta da pressão. O oceanógrafo relatou:

Há uma pressão enorme fora do casco desse submersível. Provavelmente houve uma falha na estrutura dele, fazendo com que esse casco colapsasse pela parte do vidro. Há evidências de que a janela panorâmica era o ponto fraco desse casco e pode ter sido por ali que houve o colapso. Quando há uma fresta, a água entra com tanta força que há um colapso geral da estrutura.” 

Ele também destacou a dificuldade de encontrar os corpos daqueles que estavam a bordo do submersível, e ressaltou a pressão presente na profundidade do oceano como um fator que pode ter causado deteriorações nos indivíduos:

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Esse evento mostrou as grandes dificuldades de se trabalhar no fundo do mar. Essa grande pressão dificulta muito as operações. Tudo é feito com muito risco. Em um colapso desse tipo, com as pessoas sendo expostas instantaneamente a uma pressão tão grande, provavelmente os corpos devem ter sofrido muitas avarias. A pressão deve reduzir muito o tamanho das partes do corpo. A pressão deve ter causado tantas avarias nos corpos que deve ser difícil achá-los inteiros.” 

Comentários sobre a expedição

Na ocasião, o oceanógrafo afirmou que há outras maneiras, consideradas mais seguras, de explorar o Titanic:

É uma situação muito particular, um turismo para bilionários. Acredito que a empresa tenha errado e talvez priorizado os lucros e não tenha tomado as medidas necessárias de segurança. Isso poderia ser feito de uma maneira muito segura com um veículo não tripulado e com as pessoas confortavelmente dentro de um navio assistindo às imagens em tempo real e até dirigindo esse veículo com um joystick.”