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Museu americano devolve artefatos de ouro roubados de Gana há 150 anos

A iniciativa do Museu Fowler, da Universidade da Califórnia, marca a primeira restituição de artefatos saqueados de Gana

Redação Publicado em 09/02/2024, às 18h50

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Imagem do batedor de cauda de elefante, devolvido a Gana - Divulgação/Museu Fowler
Imagem do batedor de cauda de elefante, devolvido a Gana - Divulgação/Museu Fowler

Nesta quinta-feira, 8, o Museu Fowler, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, devolveu a Gana um conjunto de trajes reais roubados por soldados coloniais britânicos há 150 anos. Esse gesto representa a primeira grande restituição de artefatos saqueados do país da África Ocidental.

Os itens, todos pertencentes ao reino Asante, foram adquiridos por um colecionador americano e doados ao museu após o seu falecimento. Representantes do museu entregaram os artefatos ao rei Asante, Otumfuo Osei Tutu II, nesta semana.

Conforme repercutido pela CNN Brasil, os objetos incluem uma cadeira ornamental, um colar real, um batedor de cauda de elefante, dois enfeites de banquinho real e dois fios para contas.

Segundo o museu americano, quatro desses artefatos foram levados em 1874, em meio ao saque de Kumasi, enquanto os outros três faziam parte de uma indenização paga pelo reino Asante aos britânicos.

São objetos que conectam o presente ao passado, a própria essência de uma civilização”, afirmou o diretor do museu real Asante, Ivor Agyemang Duah, à Reuters.

Repatriação

Isso ocorre em um contexto de aumento da demanda pela repatriação de objetos de valor inestimável, apropriados durante a época colonial. A Nigéria e a Etiópia estão entre os muitos países em busca da devolução de itens similares.

No entanto, alguns museus afirmam que estão legalmente proibidos de devolver permanentemente itens contestados em seus acervos.

Em seu comunicado, o Museu Fowler reafirmou que a devolução dos objetos é permanente e voluntária, visando alterar a concepção de museus como guardiões, e construir uma “com responsabilidade ética para com as comunidades de origem”.

Kwaku Darko Ankrah, historiador da Universidade de Gana, explicou que a restituição é importante para o país e que espera que esta ação fermente o debate sobre como os Asantes obtiveram os itens.

A pilhagem também foi uma característica importante dos Asantes no auge da sua supremacia e há evidências históricas de coisas que eles saquearam de outras tribos contra as quais lutaram [em Gana]”, disse Ankrah.

O historiador também está na campanha para a identificação dos itens devolvidos e pela busca dos proprietários originais: “Eles [os proprietários originais] também têm direitos equitativos sobre esses itens. Se não forem identificáveis, mas os Asantes concordarem que são tesouros saqueados, então os artefatos deveriam tornar-se tesouros nacionais do Gana”, concluiu Ankrah.