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Notícias / Arqueologia

Tatuador pinta a própria pele para solucionar mistério do "Homem do Gelo"

O artista testou múltiplas técnicas na pele ao investigar a trajetória de Ötzi, múmia da Idade do Cobre conhecida como "Homem do Gelo"; entenda o estudo

Isabelly de Lima Publicado em 16/03/2024, às 08h22 - Atualizado às 11h28

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Desenhos do corpo de Danny no dia que foram feitos (esq.) e depois de 6 meses (dir.) - Reprodução / Deter-Wolf et al.
Desenhos do corpo de Danny no dia que foram feitos (esq.) e depois de 6 meses (dir.) - Reprodução / Deter-Wolf et al.

Uma das "provas" mais antigas de tatuagens na humanidade é a múmia Ötzi. O corpo, também conhecido como "Homem do Gelo", tem 5.300 anos e numerosos desenhos. Por um longo tempo, a maneira como essas tatuagens foram realizadas permaneceu um enigma.

Agora, pesquisadores parecem ter descoberto a resposta para esse quebra-cabeça, de acordo com um artigo publicado na última quarta-feira, 13, no European Journal of Archaeology.

Ötzi viveu durante a Idade do Cobre e foi descoberto em 1991 na área italiana dos Alpes de Venoste (ou Alpes Ötztal). Ele apresenta 61 pigmentos de carbono distribuídos por costas, abdômen, punho esquerdo e pernas. Apesar de anos de investigação, não foi possível determinar quais "instrumentos" e "métodos" foram utilizados a realização das tatuagens.

O "Homem de Gelo", encontrado em 1991 - Reprodução / Museu de Arqueologia do Tirol

Uma das teorias mais discutidas popularmente é a da "incisão": as tatuagens seriam feitas através de cortes na pele que seriam "cobertos" por pigmentos como fuligem.

Acredito que isso reflete uma visão geral de que cortar com "ferramentas" de pedra é a maneira mais antiga de tatuar. Não há "evidências arqueológicas" específicas para sustentar essa ideia, mas também não há nada que a "contradiga", afirmou o arqueólogo Aaron Deter-Wolf ao portal ScienceAlert.

Testes práticos

A fim de descobrir como as tatuagens de Ötzi foram realizadas, a equipe liderada por Deter-Wolf optou por fazer tatuagens com diferentes "técnicas" e, após a cicatrização, comparar os resultados com as marcas no "Homem do Gelo". O artista Danny Riday foi encarregado de tatuar seu próprio corpo, visando reproduzir algo similar ao encontrado em Ötzi.

Riday criou um desenho na perna utilizando as técnicas de "hand-tapping", "hand-poking", incisão e tatuagem "subdermal". Diversos materiais foram utilizados, incluindo osso de animal, obsidiana (um tipo de rocha), cobre, presa de javali e uma agulha moderna de aço.

Toda vez que uma ferramenta de tatuagem atravessa a pele, ela faz um pequeno ferimento. E todos os ferimentos têm características diferentes a depender de como foram criados”, explica Deter-Wolf.

Ao longo do tempo, a equipe documentou o processo de cicatrização e a aparência das tatuagens de Riday. Em seguida, os pesquisadores compararam os resultados obtidos com as imagens das tatuagens de Ötzi — examinando diversas características.

Fora concluído, então, segundo a Galileu, que os desenhos do "Homem do Gelo" não devem ter sido feitos por incisões, mas sim pela técnica de "hand-poking" e uma ferramenta de "ponta" única. "Propomos que as tatuagens de Ötzi foram realizadas por "perfuração", provavelmente utilizando um osso ou uma "sovela" de bronze", afirma Deter-Wolf.