George III, ao lado de Charlotte de Mecklemburgo-Strelitz, foi um importante rei para a monarquia britânica como é hoje
Éric Moreira Publicado em 15/05/2023, às 15h51 - Atualizado em 25/05/2023, às 09h43
No começo deste mês, a Netflix lançou o novo spin-off de 'Bridgerton', a série 'Rainha Charlotte'. Criado por Shonda Rhimes, a obra também conta com importantes nomes no elenco, como Corey Mylchreest, India Amarteifio e Golda Rosheuvel, e vem recebendo elogios desde seu lançamento.
Ao longo de seis episódios, os fãs podem acompanhar a história da protagonista, aquela que viria a se tornar rainha do Reino Unido, Charlotte de Mecklemburgo-Strelitz. Segundo a sinopse, "ao chegar em Londres, Charlotte acaba descobrindo que ela não era exatamente o que a realeza esperava e precisa quebrar os padrões e mudar de vez a sociedade antes segregada".
Porém, embora o protagonismo da nova série caiba especialmente à figura de Charlotte, outro personagem que vem chamando bastante atenção do público, sendo inclusive querido por grande parte dele, é o legítimo herdeiro do trono britânico, George III. Confira a seguir cinco curiosidades sobre George III, o rei que lidou com problemas psicológicos durante o reinado.
George III casou-se com Charlotte em 8 de setembro de 1761, somente seis horas depois de sua chegada ao Reino Unido, tendo partido da Alemanha. Em partes, seu anseio por um casamento rápido se devia pelo fato de que, quando ainda tinha somente 22 anos, ascendeu ao trono britânico, e por isso sua linhagem deveria ser perpetuada quanto antes.
Ao todo, George III e Charlotte tiveram, juntos, um total de 15 filhos — dos quais, somente 13 atingiram a idade adulta. Seu herdeiro, George IV, nasceu em 1762, menos de um ano depois do casamento dos monarcas.
Outra razão para George III ter demorado tanto na escolha de sua pretendente, fazendo-o justamente só depois de sua ascensão ao trono — muitos reis já se casam quando ainda príncipes, de forma que a coroação consiste em um rei e uma rainha, assim como foi com Charles III —, é que ele era muito empenhado em seus estudos.
De acordo com o site oficial da Família Real Britânica, ele foi o primeiro rei a estudar ciências em sua educação básica, possuindo inclusive seu próprio observatório astronômico. Além disso, também fora responsável por grande parte dos livros do Museu Britânico, que possui pelo menos 65 mil livros que pertenceram a ele, em sua coleção pessoal.
Durante a coroação oficial de Charles III e Camilla Parker Bowles como rei e rainha do Reino Unido, em dado momento da cerimônia, foi possível assistir os monarcas andando em uma carruagem dourada, puxada por oito cavalos e extremamente luxuosa, a Gold State Coach. E o que poucos sabem, é que foi George III que encomendou esse transporte, em 1760, sendo ele um importante ícone da monarquia britânica.
E os importantes bens pertencentes à Família Real Britânica que George III conseguiu não acabam por aí: afinal, não bastasse a importante carruagem de coroação, o próprio Palácio de Buckingham, residência oficial e principal local de trabalho do Monarca do Reino Unido, também foi uma compra dele. A aquisição se deu em 1761, especialmente para sua esposa, a rainha Charlotte, para usar como uma confortável casa familiar perto do St. James's Palace, onde as funções reais eram feitas.
Outra curiosidade sobre George III que nem todos sabem é que, durante seu reinado, ele conquistou também um apelido que, por mais que não pareça, não tinha qualquer conotação pejorativa: 'Farmer George' ('George Fazendeiro', em tradução livre).
E a razão para esse apelido não é nada muito mirabolante: sabe-se que, em meio aos diversos estudos em que se empenhou ao longo da vida, dedicou-se grandemente e escreveu alguns livros agrícolas. Inclusive, paralelamente, Charlotte também nutria uma grande paixão por botânica.
Um elemento bastante forte na série, e com certeza uma das principais características pela qual George III é lembrado, é que com o passar dos anos sua saúde mental se tornou cada vez mais debilitada, sendo referido até mesmo como 'louco' por alguns.
Dessa forma, na última década de seu governo, ele já se encontrava incapaz de seguir governando, sendo então substituído na função pelo filho, George IV, que começou a atuar como príncipe regente em 1811.
Hoje, não se sabe exatamente com que transtorno George sofreu em seus últimos anos de vida, mas muito se teoriza que a condição tenha sido desencadeada por um distúrbio físico hereditário chamado porfíria. Outros estudos mais recentes, porém, apontam a possibilidade de ele ter sofrido de transtorno bipolar, com episódios recorrentes de mania.
