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Matérias / Personagem

Cleópatra: entenda o debate histórico por trás da verdadeira cor da Faraó

Com a polêmica após o anúncio do novo filme, conversamos com o historiador Ueldison Alves de Azevedo sobre a cor da última governante do Egito

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/10/2020, às 00h00 - Atualizado em 03/12/2021, às 12h00

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Elizabeth Taylor como Cleópatra em filme de 1963 - Divulgação
Elizabeth Taylor como Cleópatra em filme de 1963 - Divulgação

O anúncio recente do novo filme inspirado na história da icônica Cleópatra, produzido por Patty Jenkins e a atriz Gal Gadot, com a segunda interpretando a protagonista (a dupla já esteve junta também no filme “Mulher-Maravilha”, de 2017), reacendeu debate sobre qual seria a verdadeira cor da última governante do Egito. 

Isso porque Gadot é branca — assim como as duas últimas atrizes que interpretaram a Faraó em filmes passados, Vivian Leigh em 1945 eElizabeth Taylor em 1963. Essa performance de 1963 inclusive rendeu o Óscar para Taylor, e imortalizou o rosto da atriz como correspondente ao de Cleópatra no imaginário de muitos.

O historiador Ueldison Alves de Azevedo conversou com o site sobre qual era, afinal, a cor da pele da Faraó. “É importante evidenciar que existe uma disputa acirrada entre aqueles que acreditam que ela seja branca, por ser oriunda da macedônia, ou seja, Grécia, numa defesa ao eurocentrismo, e de outro lado existe essa mesma defesa para o lado da negritude da rainha, defendendo a afrodescendência”, explicou o professor. 

A figura icônica  

A famosa rainha do Egito assumiu o poder com apenas 19 anos, mas a juventude não a impediu de ser muito ativa politicamente, além de ambiciosa. Inclusive, ela só pôde chegar ao trono porque se casou com seu irmão mais novo de 12 anos, o que mostra o tipo de obstáculo que ela estava determinada a superar para conseguir o que queria. 

Moeda de Cleópatra cunhada em Israel / Crédito: Wikimedia Commons

Entre os atributos de Cleópatra, estão seu domínio da arte do debate, e o fato de ser poliglota, falando um total de 6 línguas. Atributos como esses teriam ajudado a governante a se aproximar de figuras estratégicas, como o imperador romano Júlio César e, após a sua morte, o general Marco Antônio, homens de quem não foi somente amante, mas também parceira política.

Contudo, essa última parceria da Faraó com o general também foi o que causou sua desgraça, levando o sucessor de César, o imperador Otávio, a perseguir o casal, que colocava seu domínio em risco, pelo fato de Marco Antônio não estar mais servindo aos propósitos de Roma, mas de sua amada egípcia. 

Qual era a cor de sua pele, afinal? 

A discussão toda existe porque a governante, embora tenha assumido o poder no Egito, possuía muitas ascendências. Seu sangue compreendia uma mistura de persa, macedônio e grego — sendo que o povo grego também é ele próprio muito miscigenado. Tentar adivinhar qual a cor da pele da Cleópatra, portanto, gira em torno de descobrir de que forma essas linhagens sanguíneas teriam afetado seus traços. 

A mistura de ascendências da Faraó teria a ver com ter nascido em Alexandria, também, terra de Alexandre, O Grande, que incentivou trocas comerciais, culturais e também casamentos entre povos que até então viviam separados. Dessa forma, os traços étnicos de gregos, macedônios e egípcios já não seriam tão distintos naquele período. 

Ueldison explica que ninguém tem uma resposta definitiva para essa pergunta. Segundo ele, evidências históricas sobre a vida da rainha são “vagas”, de forma que não é possível “definir de maneira verídica a cor real da pele de Cleópatra”. Isso se daria porque, embora o sangue da governante traga traços de diversos povos, essas seriam “misturas de longa data”. 

"É bom entendermos que sabemos pouco a respeito de sua vida, ela nasceu na cidade da Macedônia onde foi também a cidade de Alexandre o Magno (O Grande)", diz Ueldison. "Se olharmos as características dela a partir da perspectiva local, veremos que as pessoas dessa região apresentavam uma formação específica em seus traços, diferentemente do que muitos acreditam sobre  Cleópatra ser branca, ela não era vista dessa maneira, como dizia o historiador Plutarco". 

Assim, parece seguro concluir que, exceto se grandes evidências sobre a última rainha do Egito sejam descobertas, o enigma sobre a cor da sua pele está destinado a permanecer sem solução.

"Para entendermos um pouco sobre a sua formação de origem e aquilo que ela viria a ser, é de conhecimento dos historiadores as vagas informações que obtemos de sua mãe, mas sabemos bem que a Grécia foi formada por uma miscigenação de outros povos, a qual a menina que seria a futura rainha do Egito, tem traços gregos, persas, egípcias", diz o professor.

"Porém são misturas de longas datas que não se pode definir de maneira verídica a cor real da pele de Cleópatra, isso vai mudando de acordo com pesquisas, entretanto, os traços da face da jovem que assume o trono egípcio aos 19 anos de idade, são  diferentes daquilo que se propaga". 

A única questão que restaria a ser debatida, portanto, seria porque decidimos colocar a poderosa rainha como uma mulher branca três filmes seguidos.


+Saiba mais sobre a última faraó do Egito através de importantes obras

Antônio e Cleópatra: A história dos amantes mais famosos da Antiguidade, Adrian Goldsworthy, 2018 - https://amzn.to/2Bi2zqc

As memórias de Cleópatra: A filha de Ísis, Margaret George, 2002 - https://amzn.to/2Mi3xcl

Cleópatra: A rainha do Egito, Clint Twist, 2013 - https://amzn.to/2OUIoqq

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