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Matérias / Crimes

Confundido com terrorista e brutalmente assassinado: O caso Jean Charles de Menezes

Executado por engano há 15 anos, o assassinato chocou o mundo e causou uma verdadeira comoção global

Penélope Coelho Publicado em 26/07/2020, às 00h00

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Fotografia de Jean Charles de Menezes - Divulgação / Arquivo Pessoal
Fotografia de Jean Charles de Menezes - Divulgação / Arquivo Pessoal

Por volta das 10h da manhã de 22 de julho de 2005, policiais britânicos com armas atiraram onze vezes contra um homem dentro do metrô de Stockwell. Desses tiros, seis atingiram a cabeça e um atingiu o ombro da vítima.

Para as autoridades, aquele seria o fim de uma intensa busca por um terrorista que teria realizado uma série de atentados. Acontece que o cidadão morto não era o terrorista etíope Hussain Osman — que no dia anterior havia tentado mais uma vez instalar bombas na cidade, sem sucesso.

O homem executado era Jean Charles de Menezes, de 27 anos, um brasileiro nascido em Gonzaga, Minas Gerais. Desde 2002 — com um visto de estudante — a vítima realizava trabalhos como eletricista em Londres, e naquele dia ele estava indo atender um chamado de serviço.

Imagem ilustrativa de um vagão de metrô / Crédito: Pixabay 

Um crime brutal

Naquela manhã, os policiais seguiram Jean de sua casa, até o metrô. Eles chegaram até essa região após terem encontrado um cartão de membro de uma academia numa mala repleta de bombas que não explodiram. Menezes vivia com dois primos em um apartamento na mesma região do terrorista e a entrada dessa propriedade tinha uma conexão com o local onde o criminoso estava escondido.

Na ocasião, Londres vivenciava um clima de pânico geral, em decorrência dos atentados que haviam acontecido nas semanas anteriores, quando quatro homens-bomba mataram mais de 50 pessoas. A polícia não tinha imagens de qualidade do verdadeiro suspeito, porém, só seguia com um objetivo: pegar o criminoso.

Naquele dia, Charles usava um boné, calça jeans e jaqueta. Para as autoridades, o homem escondia bombas ali dentro e essa foi a justificativa para atirarem antes de saberem de quem verdadeiramente se tratava o alvo.

Ao invés de interrogarem Jean para confirmarem quem era o cidadão, a polícia ansiava por agir o mais rápido possível. Após entrar no metrô, o mineiro já tinha o seu destino decidido pelas autoridades, já que os policiais presumiram que Jean Charles era mesmo o homem que eles procuravam.

No dia seguinte, o erro da polícia foi revelado e a vítima foi identificada. Para justificar o ocorrido, a Scotland Yard informou que o homem havia tentado enfrentar as autoridades, por isso, não tinham dúvidas de que se tratava do terrorista.

Entretanto, a versão da polícia foi desmentida pelas testemunhas que estavam no metrô na ocasião e disseram que isso nunca aconteceu. Paralelo ao ocorrido, Osman, o verdadeiro terrorista, foi preso em 29 de julho de 2005.

Impunidade

Em um longo processo judicial, somado com a pressão da imprensa e da família da vítima, o Ministério Público britânico, agiu de maneira inesperada e decidiu que nenhum policial envolvido no caso deveria ser processado individualmente pelo assassinato de Jean.

Contudo, decidiram que a polícia seria investigada por violar as leis de segurança. Em 1 de novembro de 2007, a corporação foi considerada culpada por colocar a vida de outras pessoas em risco e como punição recebeu uma multa de 175 mil libras.  

A família da vítima tentou recorrer ao veredito final e até mesmo o governo brasileiro pediu por mais explicações sobre o ocorrido, entretanto, o caso foi dado como encerrado pelo governo de Londres.

No Brasil e no mundo, o homem se tornou uma espécie de símbolo. Sua história serviu como inspiração para o filme brasileiro baseado em fatos reais, intitulado Jean Charles (2009). Na produção audiovisual o eletricista foi interpretado pelo ator Selton Mello.

Até os dias atuais, os familiares de Jean vivem com a sensação de impunidade, além da enorme dor pela perda de um parente de uma maneira tão brutal e repentina.


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