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Matérias / Personagem

Dona Remy: A curiosa história da cozinheira brasileira de Michael Jackson

Amiga de presidentes brasileiros, a mineira foi responsável por adaptar os hábitos alimentares do Rei do Pop com sua famosa feijoada

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 10/11/2020, às 13h20

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Remy abraçada com Michael Jackson - Arquivo pessoal
Remy abraçada com Michael Jackson - Arquivo pessoal

A comida brasileira, conhecida como uma das mais coloridas e saudáveis do mundo, costuma ter suas especialidades regionais. A mineira, por exemplo, era manejada com maestria, desde a infância, por uma jovem garota Raymunda Vila Real, nascida na cidade de Curvelo. Sua mãe, cozinheira de um refeitório, confeccionava pratos para dezenas de trabalhadores — e contava com a ajuda da filha desde os 8 anos.

Em entrevista a edição de setembro de 2002 da Brazzil Magazine, a garota afirmou ter passado os trinta anos seguintes cozinhando, sendo elogiada não apenas por funcionários, mas por proprietários dos refeitórios, passando a ser chamada para trabalhar em residências: “Eles logo descobriram que, embora eu fosse muito jovem, minha comida era satisfatória para eles e logo eu estava cozinhando regularmente na casa principal do proprietário”.

A constante pergunta sobre a pessoa que havia cozinhados as refeições em jantares resultou em sua ascensão, passando a cozinhar para fazendeiros, depois empresários e, por fim, para importantes políticos brasileiros: “O primeiro presidente para quem cozinhei no apartamento foi Juscelino Kubitschek. O segundo presidente para quem cozinhei foi o Jânio Quadros. Depois da derrubada militar em 1964, fiquei lá ainda cozinhando para todos os ex-políticos”.

Na mesma entrevista, a cozinheira revelou que a origem do apelido “Remy” partiu de um dos financiadores da campanha de Juscelino Kubitschek: “Chamava-se Sabastião Pais de Almeida. Ele viajou muito pelo mundo e um dia me disse: “Raymunda. Esse não é o nome de um chef. Seu nome será 'Remy'. Parece francês e um chef deve ter um nome francês. ”Foi assim que ganhei o apelido ‘Remy’”.

Remy abraçada com Michael Jackson / Crédito: Arquivo pessoal

Oportunidade nos Estados Unidos

Na década de 1960, a oportunidade de ter suas refeições conhecidas nacionalmente surgiu a partir de um convide do músico Sérgio Mendes, que emergia nos Estados Unidos e queria que Remy o acompanhasse para sentir o gostinho brasileiro. O traslado, ajudado por amigos políticos brasileiros, foi rapidamente agilizado.

Logo na primeira refeição em solo estadunidense, a mineira cozinhou para o convidado Dick Van Dyke, lendário comediante americano. A propagação do sabor tupiniquim chamou a atenção de outros convidados, como Harrison Ford e B.B. King, mas o principal deles foi Quincy Jones, posteriormente produtor da série Um Maluco no Pedaço e do álbum ‘Thriller’, de Michael Jackson.

Após preparar um elogiado jantar, Quincy propôs um desafio à Remy; de acordo com ele, o Rei do Pop costumava frequentar sua residência sempre, mas nunca comia nada, e convidou a mineira para cozinhar em sua residência: "Ele me perguntou se ele poderia fazer Michael comer um pouco da minha comida. Ele disse que Michael era vegetariano e muito exigente quanto ao que comia. Eu disse que tentaria!"

Remi em fotografia pessoal no ano de 2011 / Crédito: Divulgação

Na época, o jovem Michael ainda estava em turnê com os irmãos, nos ajustes finais do seu disco com Quincy, quando Remy apareceu em sua vida oferecendo os pratos naturais: "Ele concordou. Fiz para ele feijão preto, couve, farofa e outras coisas e ele comeu quatro pratos cheios!". Da ocasião em diante, Remy passou a acompanhar o músico entre 1981 e 1984, inclusive em shows dentro do território americano.

Remy fez questão de se aposentar pouco tempo depois, revisitando Michael nos dois anos seguintes, inclusive quando o músico teve o couro cabeludo queimado após um acidente durante a gravação de um comercial. Em uma das visitas periódicas, cozinhou para Michael junto com Elizabeth Taylor, a melhor amiga do cantor.

Morando em Los Angeles, a cozinheira retornou ao Brasil em 2009 para uma série de entrevistas após a morte do cantor, explicando detalhes sobre os hábitos alimentares do músico. Após retornar aos Estados Unidos, a mineira apenas recebeu fãs e pôde aproveitar os anos finais, falecendo em 26 de agosto de 2020.


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