Contando com a ajuda de um funcionário, Putman revelou um esquema de fraude que teve grandes desdobramentos
Caio Tortamano Publicado em 06/09/2020, às 09h00
Era um dia normal em Hertfordshire, Inglaterra, quando Edward Putman foi até a loteria buscar o seu grande prêmio. No entanto, o estabelecimento não imaginaria que estava sendo alvo de fraude. Putman havia conspirado com um funcionário da loteria Camelot e recebeu um bilhete manipulado.
O prêmio em questão era o mais alto de 2009, e seria dividido entre o suposto ganhador e Giles Knibbs, que trabalhava no departamento de segurança da Camelot. Essa divisão, inclusive, foi o motivo para o suposto plano ter sido descoberto.
O golpe
Knibbs teria confessado a fraude para um grupo de amigos. Sabendo dos riscos, tirou a própria vida. Isso aconteceu depois de uma grande discussão com Putman. Do prêmio total, o funcionário da lotérica ganharia um milhão, no entanto, até 2015 não recebeu sequer um centavo. Uma verdadeira dor de cabeça.
Putman, que era um criminoso condenado por estupro, recebeu prêmio sem maiores contestações da Camelot, que acreditava no próprio método de sorteio. Não recebendo a quantia prometida, Knibbs passou a ficar cada vez menos amistoso com o então amigo e criminoso.
Diante da frustração, o rapaz revelou a fraude para amigos próximos. Irritado com a situação, decidiu confrontar o estuprador. Nessa briga, Giles quebrou os espelhos do carro de seu comparsa, além de roubar o seu telefone. Abismado, Putman ligou para a polícia, que prendeu o rapaz por roubo, suborno e dano criminoso — foi depois disso que o suicídio se deu, com o homem amedrontado com a ideia de passar de 10 a 15 anos na prisão.
Plano que deu errado
Preparado para receber um milhão de libras, se deparou apenas com 260 mil, seguido por transações bem menores, que juntas não somavam nem 50 mil. Todo o plano foi arquitetado pelo funcionário da lotérica, que teve a curiosa ideia ao verificar documentos que constatavam bilhetes não resgatados.
Para enganar o sistema da loteria, eles tiveram que passar por um processo de tentativa e erro, uma vez que precisariam de um código específico na parte inferior dos bilhetes, que coincidisse com o recibo premiado.
Putman tentou, em uma loteria por vez, resgatar o prêmio com o falso bilhete, o que acabou dando certo na trigésima tentativa, numa loja de High Wycombe, em 28 de agosto de 2009, enquanto o prêmio não havia sido reivindicado.
Milionário, Edward foi condenado a nove meses de prisão por fraudar benefícios governamentais em apoio de renda e programas sociais. Anteriormente, havia sido condenado pelo estupro de uma adolescente na década de 90, encarando sete anos de prisão.
Somente com um dos criminosos ainda com vida, o tribunal decidiu abrir um caso com o número de evidências que existiam, tais como as declarações do falecido comparsa, além das transações feitas. O julgamento, por ainda estar em processo, impossibilita que imagens do acusado sejam divulgadas, havendo poucas fotografias do reincidente.
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