Civita di Bagnoregio fica localizada na província de Viterbo, no centro da Itália
Éric Moreira Publicado em 05/08/2022, às 17h54
A cidade de Civita di Bagnoregio é uma curiosa vila 'fantasma' localizada na província de Viterbo, no centro da Itália. No entanto, ela chama muito a atenção devido a beleza de sua localização e a (única) forma inusitada de se chegar até lá: uma passarela que sai da cidade vizinha.
Sua origem, por sua vez, é muito antiga, tendo influências etruscas — etruscos eram um povo que viveu na península itálica antes mesmo dos romanos. Hoje em dia, no entanto, é conhecida como "a cidade que está morrendo", como informado pelo site da agência de ações de Civitavecchia.
A cidade de Civita di Bagnoregio foi formada há cerca de 2.500 anos pelos povos etruscos, no centro de onde hoje se encontra a Itália. Na época, era formada apenas por um conjunto de casas e havia uma acrópole com um templo e um fórum, núcleo da vida civil e religiosa de toda a cidade.
Sua geografia também impressiona quem a observa: rodeada pelos rios Chiaro e Torbido, além de cercada — e protegida — pelo Vale de Calanchi, o pequeno planalto sob o qual a cidade surgiu foi colocado em uma posição absolutamente estratégica, de um ponto de vista defensivo-militar.
No entanto, economicamente eles também estavam propositalmente bem posicionados: a foz próxima do rio Tibre constitui uma importante via comercial e de comunicação.
Os etruscos, que ali viviam antes da chegada dos romanos, tinham uma cultura própria e saberes locais muito relevantes e ricos, possuindo até mesmo conhecimento sobre terremotos e estruturas próprias destinadas a proteger a aldeia. Todavia, com a chegada dos romanos, as obras ali existentes foram desconsideradas e logo a região caiu em decadência, até que foi, por fim, abandonada.
Além do mais, para piorar a situação, ao longo dos séculos o morro em que a Civita di Bagnoregio se encontra foi, e segue sendo, minado pelos diferentes processos erosivos recorrentes no local — os riachos, a chuva e o vento. Por isso mesmo ela foi descrita como "a cidade que está morrendo", pelo escritor Bonaventura Tecchi.
Hoje, a vila de Civita di Bagnoregio é um pequeno centro de cidade onde o tempo parece ter parado. Só pode ser alcançada a pé, com uma longa caminhada por uma ponte de concreto construída para os poucos cidadãos que ali permanecem e para os turistas que vão visitá-la de todo o mundo.
Logo que se atravessa a enorme ponte para se chegar na vila de Civita di Bagnoregio, o primeiro monumento importante que se pode encontrar é a Porta San Maria. A passagem possui esculpida em si um par de leões agarrando duas cabeças humanas, símbolo dos déspotas derrotados pelos habitantes de Bagnoreggio.
Mais à frente, pode-se encontrar a igreja românica de San Donato, restaurada no século XVI. Ali são mantidas obras muito únicas e importantes da Itália, como um crucifixo de madeira do século XV, da escola de Donatello, e um afresco da escola de Perugino.
Ainda há, dentro da vila, o pequeno Museu Antica Civitas, construído dentro de uma residência, e também a gruta de São Boaventura, um antigo túmulo de câmara escavado na parede de tufo escarpado, em homenagem a Frei Boaventura de Bagnoregio (1217-1274), biógrafo de São Francisco de Assis.
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