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Matérias / Política

O apelido nada carinhoso que Kadhafi recebeu de Ronald Reagan

Alvo de polêmica durante discurso em 1986, a fala estreitou as relações entre a Líbia e os Estados Unidos durante duros confrontos

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 16/01/2023, às 17h39

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Montagem entre Kadhafi e Ronald Reagan - Getty Images
Montagem entre Kadhafi e Ronald Reagan - Getty Images

Marcado pela violência, tirania e nepotismo,Muammar Kadhafi se tornou um dos líderes mundiais mais conhecidos entre o final do século 20 e o início dos anos 2000 ao tentar se perpetuar como chefe-de-estado da Líbia, conseguindo ocupar o cargo máximo do país por mais de quatro décadas ao assumir o poder no ano de 1969, derrubando o rei Idris I.

Prometendo expandir a autonomia econômica nacional, acabou se tornando uma fígura sinônima de rivalidade contra a Europa e os Estados Unidos, sendo acusado de usar a renda do rico petróleo obtido na África para financiar grupos terroristas e rebeliões, revoltando líderes políticos de diversas partes do mundo.

Por outro lado, também obteve popularidade local ao nacionalizar a extração do combustível, além de fomentar políticas públicas relacionadas a moradia e se alinhar aos blocos islâmicos. Com a guerra por obtenção de combustível, comprou briga direta com a nação mais poderosa do mundo, chegando a incomodar ocupantes da Casa Branca.

Ao longo de anos, os míseros 1,7 milhões de quilômetros quadrados do território líbio estiveram em embate com a "terra do Tio Sam", cuja área ultrapassa 9,8 milhões de quilômetros quadrados, quase 5 vezes maior do que o rival africano. Mesmo assim, o investimento em armamento transcontinental fez o país comandado por Kadhafi se transformar em gigante armamentista, incomodando uma figura específica no ano de 1986.

Incomodando Reagan

Quadragésimo presidente dos Estados Unidos da América, Reagan trilhou uma trajetória diferente do rival líbio; construiu uma carreira como um dos mais prestigiados atores da chamada Era de Ouro de Hollywood, sendo galã de cinema como uma figura tipicamente norte-americana, retratado em filmes de western.

Com a popularidade, tornou-se presidente do Screen Actors Guild, mais importante sindicado dos atores e profissionais da sétima arte na América do Norte, posteriormente elegendo-se governador da Califórnia e, por fim, ocupando o Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D.C.

A dicção invejável e interpretação de texto permitiu que o político construísse, ao longo de sua carreira política, discursos memoráveis, dignos de roteiros de grandes produções. Um deles ocorreu em 1986, quando respondeu a um ataque a bomba em uma discoteca em Berlim, supostamente ordenado por agentes líbios e que vitimou fatalmente dois militares estadunidenses.

Em coletiva de imprensa, ele não apenas anunciou um ataque aéreo a capital da Líbia, Tripoli, como ofendeu publicamente Kadhafi, o descrevendo com a expressão "mad dog" (cachorro louco ou hostil, em tradução livre do inglês).

Sabemos que este cachorro louco do Oriente Médio tem como objetivo uma revolução mundial, uma revolução fundamentalista muçulmana, que visa muitos de seus próprios compatriotas árabes”, classificou o ex-ator.

De acordo com o portal de notícias G1, o ataque americano em 1986 acabou sendo efetivo para afetar o presidente do país africano, visto que, entre os mortos, esteve um dos nove filhos do ditador. Kadhafi, por sua vez, morreria nas mãos da própria população da Líbia, sendo linchado e sodomizado até a morte por rebeldes que o capturaram em 20 de outubro de 2011.