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Matérias / Personagem

O dia em que Tarsila do Amaral enfureceu a Ditadura Vargas

Acusada de simpatizar com o comunismo. uma das maiores artistas do país acabou sendo presa em 1933

Caio Tortamano Publicado em 28/03/2020, às 09h00

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A artista Tarsila do Amaral (centro) - Wikimedia Commons
A artista Tarsila do Amaral (centro) - Wikimedia Commons

Nascida no interior de São Paulo, especificamente em Capivari, Tarsila do Amaral foi uma das artistas mais conhecidas e influentes da história artística do Brasil. Suas obras são conhecidas mundo a fora, especialmente o Abaporu (1928).

Sua vida pessoal ficou marcada pelos relacionamentos com figuras ilustres do campo cultural do Brasil. Talvez, seu maior romance tenha sido com o escritor Oswald de Andrade, que foi um dos fundadores do movimento modernista do país (assim como Tarsila).

A importância de Tarsila e a influência de suas obras era tamanha, que Abaporu inspirou Oswald a escrever o Manifesto Antropofágico, que marcaria para sempre a arte brasileira como um movimento de criação de uma identidade nacional. Porém, nem mesmo essa admiração foi capaz de segurar a infidelidade do escritor.

Em 1930, Tarsila descobriu que seu então marido a traia com a jornalista e revolucionária de esquerda Pagú — apelido dado a Patrícia Galvão. A traição não foi fácil de engolir, tanto que Amaral nem ao menos deixou que Andrade buscasse as coisas dele na casa onde moravam.

Oswald de Andrade, um dos amores de sua vida / Crédito: Wikimedia Commons

Separada e desiludida, a crise econômica de 1929 afetou diretamente a sua família, que era dona de fazendas no interior de São Paulo. Sem dinheiro, e outras fontes de recurso, passou a se dedicar cada vez mais as artes.

As mudanças econômicas dos países e os motivos apontados por muitos, para o declínio da bolsa americana, abriram os olhos para questões políticas. Vendeu uma série de quadros do seu acervo pessoal para financiar uma viagem para a União Soviética em 1931. Acompanhada do psiquiatra Osório César, passou por diferentes cidades soviéticas e algumas do leste europeu (como Belgrado e Odessa).

Na União Soviética, a artista exibiu alguns de seus trabalhos e começou a realmente simpatizar com a causa operária, que era extremamente presente na cultura dos russos. Morando em Paris durante um certo tempo, realizou pequenos trabalhos para juntar dinheiro e voltar para o Brasil.

Porém, ao pisar em solo brasileiro, a simpatia ao comunismo de seu companheiro acabou afetando Tarsila, que foi presa pelo regime ditatorial de Getúlio Vargas, em 1933. Sua presença em reuniões de esquerda fez com que fosse enquadrada como inimiga do Estado.

As dificuldades enfrentadas pelos operários, e a brutalidade com que o Governo Constitucionalista de Getúlio a tratou, fez com que se distanciasse de vez do campo político, e de Osório, que ainda era muito adepto da causa comunista.

Um de seus últimos quadros de caráter político, entretanto, é uma das maiores representações da classe operária e trabalhadora do Brasil. Além disso, representa a miscigenação da população e a mistura que tornaram São Paulo — já naquela época — no polo econômico e industrial do país.

Operários, de Tarsila do Amaral / Crédito: Acervo do Governo do Estado de São Paulo

A obra Os Operários é aclamada hoje como uma ode à diversidade brasileira, e outra pintura que marcou sua despedida da política foi Segunda Classe, com um grupo pobre, certamente afetado com os avanços do capitalismo, que nunca beneficiam todas as pessoas.


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