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Matérias / Pompeia

Pompeia: O que aconteceu com os sobreviventes da erupção do Vesúvio?

Nova investigação sobre sobreviventes de Pompeia e Herculano revelaram o destino pouco comentado daqueles que sobreviveram à histórica erupção

Antigos destroços de Pompeia e o Monte Vesúvio ao fundo - Foto por Matthias Süßen pelo Wikimedia Commons
Antigos destroços de Pompeia e o Monte Vesúvio ao fundo - Foto por Matthias Süßen pelo Wikimedia Commons

Em agosto de 79 d.C., o Império Romano lidou com uma série de baixas que ficaram marcadas para sempre na história, depois que o Monte Vesúvio entrou em erupção e dizimou as cidades de Pompeia e Herculano. Em geral, pensamos que a tragédia natural culminou na morte de todas as pessoas que ali viviam, mas a verdade é que muitos residentes destas cidades — talvez a maioria — sobreviveu.

A busca pelos sobreviventes de Pompeia, e também de Herculano, foi feita pelo professor Steven L. Tuck, chefe de clássicos da Universidade de Miami, e é apresentada em um novo episódio do documentário 'Pompeii: The New Dig', da PBS.

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Conforme descrito por Tuck em artigo publicado no The Conversation, Pompeia era uma comunidade que abrigava cerca de 30 mil pessoas, além de uma próspera indústria, além de possuir uma certa rede política e financeira; já Herculano tinha cerca de 5 mil habitantes, e contava com uma frota pesquisa e várias oficinas de mármore.

É comum alegar que Pompeia, após a erupção que a destruiu, ironicamente "congelou" no tempo, soterrada por cinzas e rochas vulcânicas, mas sendo eventualmente revelada por arqueólogos. Segundo o Live Science, a erupção do Vesúvio durou por mais de 18 horas, e os restos que já foram encontrados por lá representam, ao contrário do que muitos pensam, apenas uma fração da população.

O que evidencia isso, segundo o artigo de Tuck, é o fato de que embora muitos humanos e objetos tenham sido encontrados, vários outros desapareceram, como carroças e cavalos, navios e bens guardados dentro de cofres. Ou seja, durante o tempo que levou até que Pompeia e Herculano fossem completamente destruídas, muitas pessoas podem ter escapado.

Em geral, a comunidade arqueológica priorizou realizar achados nos destroços de Pompeia ao invés de pesquisar os sobreviventes. Foi por isso que Tuck decidiu se debruçar justamente na saga dessas pessoas, pesquisando nomes romanos exclusivos das cidades destruídas e buscando informações em bancos de dados de diversas inscrições romanas.

Destinos

De maneira geral, Tuck notou que a maioria dos sobreviventes decidiu permanecer pelas redondezas de Pompeia, estabelecendo-se geralmente com outros sobreviventes. E entre essas famílias, podem ser vistos os mais diversos destinos, desde migrantes que prosperaram até aqueles que enfrentaram tempos difíceis.

Um exemplo descoberto pelo professor é a família Caltilius. Eles se reassentaram em Ostia — na época, uma cidade portuária ao norte de Pompeia —, e fundaram um templo para a divindade egípcia Serápis, um símbolo da generosidade da terra, popular na cidade que era dominada pelo comércio de grãos. Eventualmente, membros dessa família se casaram com a família Munatiuses, outros sobreviventes, e criaram uma família rica e bem-sucedida.

Outra cidade que recebeu muitos destes fugitivos foi Puteoli (atual Pozzuoli), que abrigou a família de um homem chamado Aulo Umbrício, um comerciante de garo (molho de peixe fermentado muito utilizado na Roma Antiga). Lá, ele reviveu o negócio de sua família, e teve um filho, chamado Puteolanus.

Porém, também em Puteoli, Fabia Secundina, de Pompeia, não teve um destino tão agradável. Neta de um rico comerciante de vinhos, ela se casou com um gladiador, Aquário, que morreu com apenas 25 anos, deixando-a em apuros financeiros.

Outras três famílias de Pompeia, mas que já eram pobres por lá, se estabeleceram na pequena comunidade de Nuceria (que passa pela atual Nocera): os Avianii, os Atilii e os Masuri. Vale mencionar que Nuceria já era uma comunidade pobre, então considera-se que enfrentaram apuros sociais ainda maiores.

Acolhida 

Ainda assim, segundo uma lápide que está em pé por lá até hoje, a família Masuri acolheu como filho adotivo o jovem Avianius Felicio, que provavelmente era um sobrevivente órfão de Pompeia. Esse recorte em específico é um bom reflexo de como esses migrantes notavelmente eram generosos entre si, cuidando uns dos outros, se unindo e fazendo doações.