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Matérias / Ditadura Militar

Relatório de 2019: Operação Condor executava opositores através de votação

A organização era sediada na Argentina e reunia oficiais do Brasil, Peru, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile

Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/04/2021, às 09h00

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Entre 1976 e 1981, a Argentina foi comandada por Jorge Rafael Videla - Divulgação
Entre 1976 e 1981, a Argentina foi comandada por Jorge Rafael Videla - Divulgação

Documentos sobre a mais recente ditadura argentina, que se deu entre 1976 e 1983, revelados em 2019 pelos EUA, deram detalhes sobre a ação da Operação Condor.

Sediada na capital Buenos Aires, a organização formada pelos governos militares do Cone Sul (Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai, além da Argentina) tinha como principais objetivos a perseguição de inimigos políticos e a troca de inteligência. 

As 47 mil páginas de arquivos foram divulgadas três anos após um acordo ter sido realizado pelo então presidente americano, Barack Obama, e o representante da Argentina à época, Maurício Macri.

Entre os papéis, estão correspondências entre a embaixada dos EUA no país sul-americano e autoridades estadunidenses e também informes da CIA e do FBI.

Barack Obama em comício - Crédito: Getty Images

Como funcionava

Os documentos revelaram que eram realizadas votações para decidir quem deveria ser assassinado primeiro, bem como o local e a maneira como o crime deveria ser realizado. Tudo era planejado nos mínimos detalhes, desde as roupas a serem utilizadas, até os gastos com diárias. Muitas vezes contratava-se pessoas por 3.500 dólares para cometer os assassinatos.

Cada um dos sete países deveria contribuir com 10 mil dólares ao entrar na operação e, em seguida, pagar mais uma anuidade.

Participação norte-americana

Os documentos ainda mostram que os EUA tiveram uma participação ativa nas questões da Operação Condor, sendo que chegaram a enviar agentes dos países latinos para solo norte-americano com o objetivo de realizar treinamentos. Apesar disso, a ação estadunidense não foi constante, tendo sido foi mais ativa entre 1973 e 1977, quando Henry Kissinger atuou como secretário de Estado. 

O ditador argentino Videla ao tomar posse da presidência - Crédito: Wikimedia Commons

Ele, inclusive, teria consentido que o governo argentino matasse opositores, dizendo apenas a seguinte frase: "o que tenham que fazer, façam, mas quanto mais rápido, melhor".

Porém, quando o democrata Jimmy Carter assumiu a presidência, os EUA passaram a pressionar a organização, exigindo o fim da perseguição política. Na mesma época, o país norte-americano começou a realizar inúmeras denúncias de violações dos direitos humanos.

O ex-presidente americano, Jimmy Carter - Crédito: Getty Images

A partir dos arquivos, foi possível descobrir o real destino de muitos opositores que desapareceram durante o período das ditaduras na América do Sul, já que os papéis os declararam mortos. Com isso, tornou-se possível a busca pelos responsáveis pelos crimes e, assim, foram iniciados novos julgamentos.

Entre os relatos estão os casos dos cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández, que foram ambos sequestrados e levados a um centro de detenção clandestino onde foram torturados até a morte. Logo em seguida, seus corpos foram jogados no rio Paraná e nunca mais foram encontrados.


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