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Matérias / Curiosidades

Revelação perturbadora: O judeu que tinha um irmão gêmeo nazista

Separados ainda crianças, os garotos cresceram e foram inseridos em mundos completamente opostos

Alana Sousa Publicado em 09/01/2021, às 09h30

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Oskar Stohr e Jack Yufe durante o primeiro encontro, em 1954 - Divulgação/Youtube
Oskar Stohr e Jack Yufe durante o primeiro encontro, em 1954 - Divulgação/Youtube

A família foi separada. Jack Yufe permaneceu na ilha de Trinidad com seu pai, enquanto seu irmão gêmeo Oskar Stohr foi embora com sua mãe, passando a viver na Alemanha. Divididos ainda crianças, os irmãos jamais poderiam imaginar que aquele momento seria crucial e daria início a uma diferença radical que afetaria suas vidas profundamente.

Eles não mantiveram mais contato, o divórcio dos pais os colocou em mundos completamente distintos. Quando a Segunda Guerra implodiu, travando uma guerra dos nazistas contra, principalmente, judeus, Stohr foi influenciado por sua avó a se juntar a Juventude Hitlerista — o que ele acatou.

Do outro lado do globo, Yufe cuidava de uma pequena loja, juntamente a seu progenitor; e seguia os ensinamentos judaicos. Serviu na Marinha israelense, além de trabalhar por um curto tempo em uma comunidade coletiva do país, chamada de kibutz.

Era de conhecimento de ambos que existia mundo afora um irmão idêntico, mas isso não exerceu grande influência em suas adolescências. Foi apenas aos 21 anos, que os rapazes se encontraram novamente — e descobriram a grande questão que os colocavam em lados opostos da moeda.

Oskar Stohr e Jack yYufe / Crédito: Divulgação

O primeiro encontro

O reencontro, arranjado pela esposa de Yufe, aconteceu em 1954, quase dez anos após o fim do conflito que culminou na derrota de Hitler e da Alemanha Nazista. Em uma estação de trem da Alemanha Ocidental, Jack notou um homem igual a ele se aproximando.

Com os mesmos cabelos e uma veste branca semelhante, os irmãos estavam frente a frente após décadas longe. Não havia muita animação no ar, apenas confusão, já que Oskar quase não falava inglês, e uma pitada de desconfiança.

Seguindo pelo aeroporto, Stohr instruiu o gêmeo a remover todos os símbolos judaicos de sua mala, afinal, o antissemitismo não havia desaparecido apenas porque a guerra havia acabado. A estadia foi, no mínimo, estranha. Os irmãos se separaram de novo e mantiveram contato casual através de cartas.

Reencontro amigável

 Passaram-se 25 anos, os gêmeos não haviam se visto desde aquele dia na década de 50. Até que a esposa de Yufe, Ona, leu na famosa revista People que estavam realizando um estudo com famílias de irmãos gêmeos. Sem hesitar, pediu para o marido se inscrever, era uma chance de se conectar com Oskar e deixar as mágoas para trás.

Os gêmeos já mais velhos / Crédito: divulgação/Youtube

Para a surpresa deles, Stohr concordou com a nova estratégia. O segundo encontro dessa vez seria nos Estados Unidos, no aeroporto de Minneapolis. Já mais velhos, mas ainda usando roupas bastante parecidas, a reunião foi mais amistosa.

Por fim, os irmãos puderam falar sobre coisas que eles tinham em comum; sempre evitando qualquer debate sobre religião, política ou guerra — era aí que estava o perigo e as cicatrizes do passado.

Entre alimentos que ambos gostavam e costumes inusitados, as férias foram tranquilas e, apesar de escancarar as origens divergentes, Oskar e Jack conseguiram encontrar o significado de família no outro. Em uma rara declaração, Yufe disse: “Se tivéssemos sido trocados, eu teria tomado o lugar de Oskar com certeza”. Por isso, não havia rancor.

O New York Times revelou que o Jack faleceu em 2015, aos 82 anos.


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