Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / A Sociedade da Neve

A Sociedade da Neve: Por que os sobreviventes contavam com tantos cigarros?

Em 'A Sociedade da Neve', filme de Juan Antonio Bayona, vemos que mesmo em meio a um dos maiores acidentes aéreos da história, os sobreviventes não ficam sem cigarros; mas como?

Éric Moreira Publicado em 16/01/2024, às 18h01 - Atualizado em 17/01/2024, às 17h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagens do filme 'A Sociedade da Neve' (2023) - Divulgação/Netflix
Imagens do filme 'A Sociedade da Neve' (2023) - Divulgação/Netflix

Nos últimos tempos, um dos assuntos mais comentados entre aqueles que acompanham os últimos lançamentos na Netflix é o filme 'A Sociedade da Neve'. Dirigido pelo cineasta espanhol Juan Antonio Bayona, o longa retrata um dos acidentes aéreos mais chocantes da história da América do Sul, aquele que ficaria conhecido como "a Tragédia dos Andes".

Era 13 de outubro de 1972 quando o Voo Força Aérea Uruguaia 571, que viajava de Montevidéu, no Uruguai, com rumo a Santiago, no Chile, caiu em meio aos Andes. A bordo da aeronave, havia inicialmente 45 pessoas, das quais boa parte morreu após a queda, e outros devido às intempéries do ambiente extremamente inóspito, como avalanches e o próprio frio intenso e a fome.

O que mais choca na história, porém, é que os sobreviventes — ao fim de tudo, somente 16 pessoas ainda estavam vivas — resistiram mais de 70 dias em um dos lugares menos habitáveis do mundo e, para tanto, precisaram lidar com a escassez de alimento de uma forma bastante extrema: alimentando-se de seus companheiros que faleciam em meio à luta pela sobrevivência.

Porém, outro fato que chama atenção no filme é que é perceptível, ao longo do tempo em que acompanhamos os sobreviventes, que eles nunca ficam sem cigarros. Mas afinal, isso é real? Entenda!

Cigarros infinitos?

Inicialmente, é importante pensar que, na época em que o acidente aconteceu, em meados da década de 1970, fumar era ainda mais comum do que hoje em dia. Tanto que, mesmo que o avião transportasse uma equipe esportiva — o time uruguaio de rugby Old Christians Club —, somente dois dos jogadores não fumavam, explica o Screen Rant.

No entanto, a verdadeira razão para o grande número de cigarros é outra. Após muitos questionamentos, Juan Antonio Bayona, através de sua conta no X, antigo Twitter, debateu o assunto. A ideia de dois dos passageiros é que, em uma época de escassez no Chile, todos tivessem cigarros disponíveis. 

"No início da década de 1970, havia escassez de cigarros no Chile, e Javier Methol (sobrevivente) e Francisco “Pancho” Abal (falecido) eram acionistas da Abal Hermanos, empresa de tabaco. Por isso levaram tantas caixas de cigarros, com a intenção de compartilhar com todos. Aliás, o cigarro, assim como a comida, foi racionado durante os 72 dias na montanha", escreveu ele.

Javier Methol, interpretado por Esteban Bigliardi em 'A Sociedade da Neve' (2023) / Crédito: Reprodução/Netflix

+ A Sociedade da Neve: Veja como os verdadeiros sobreviventes aparecem no filme

E o fogo?

Outro aspecto levantado por aqueles que assistiram 'A Sociedade da Neve', além da aparente quantidade infinita de cigarros do grupo, relaciona-se à possibilidade de o grupo fazer sinais de fumaça. Afinal, se eles tinham como usar isqueiros para acender cigarros, por que não poderiam fazer uma fogueira para serem facilmente identificados?

A verdade é que, por mais que houvesse isqueiros disponíveis — visto que grande parte do grupo era composto por fumantes —, o ambiente em que estavam não era favorável.

E o fogo? Por que eles não utilizaram para se aquecer? Porque as poucas coisas que eles tinham que podiam ser queimadas estavam muito molhadas", escreveu o diretor através do X.
Cena de 'A Sociedade da Neve' / Crédito: Divulgação/Netflix

Além do mais, mesmo que eles conseguissem fazer uma fogueira, o local em que o avião caiu era de baixíssima visibilidade. Isso sem mencionar que eles não tinham objetos inflamáveis o suficiente para causar um incêndio relevante. Logo, o que lhes restou foi apenas a possibilidade de usar os isqueiros para fumar.