Zona de construção do muro, que separa a cidade deTijuana, no México (à direita) de San Diego, nos Estados Unidos - Wikimedia Commons
Pandemia

Em meio à pandemia de coronavírus, Trump não interrompe construção do muro que irá separar México dos EUA

Operários e engenheiros enfrentam perigo de contaminação para a conclusão do muro, que terá cerca de 3 mil quilômetros

Vanessa Centamori Publicado em 24/03/2020, às 10h51

Os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não pararam devido a pandemia de coronavírus. Centenas de trabalhadores estão colocando a própria vida em risco para construir o muro fronteiriço México-EUA. 

O líder político ainda não decretou quarentena oficial para os norte-americanos, embora haja mais de 35,5 mil casos de coronavírus e 475 mortes nos Estados Unidos. Quase um terço da população está em isolamento, mas por ordem de prefeitos ou governadores. No México, por sua vez, a situação também é caótica, com 367 casos e um total de quatro mortos por coronavírus.

Nas estruturas que separarão o país de língua espanhola dos EUA, operários e engenheiros seguem trabalhando, dormindo e comendo em restaurantes locais, nas divisas de estados como Montana, Maine, Wyoming, Texas, Dakota do Norte e Kentucky. 

Área fronteiriça do México com os EUA / Crédito: Divulgação/Youtube 

 

A promessa de Trump foi "fazer os mexicanos pagarem" ao construir um muro de cerca de 3 mil quilômetros. Até o fim de 2020, a previsão é que a construção custe $18,5 bilhões de dólares, dinheiro que vem principalmente do Departamento de Defesa dos EUA. 

Na última sexta-feira, 20 de março, as obras estavam em progresso no San Bernardino Valley, no estado do Arizona. Ambientalistas criticam o projeto, por ele estar sendo realizado em uma área onde várias espécies ameaçadas vivem. 

“ É insensível, perigoso e inaceitável que a construção do muro fronteiriço continue”, opinou Laiken Jordahl, do Centro pela Diversidade Biológica dos EUA. “ Cada recurso governamental deveria ser dedicado a salvar vidas e a atacar essa ameaça existencial [ do coronavírus], em vez de evitar parar para fazer uma boa promessa eleitoral”. 

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