A chanceler peruana recebeu a vacina em janeiro e pulou a ordem de vacinação que priorizava profissionais da saúde
Larissa Lopes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 15/02/2021, às 17h00
A chanceler do Peru, Elizabeth Astete, renunciou ao cargo de ministra das Relações Exteriores no domingo, 14. A decisão foi tomada depois que ela admitiu ter furado a fila de vacinação da Covid-19.
Astete tem 68 anos e recebeu a vacina em 22 de janeiro, com a fórmula da empresa chinesa Sinopharm. A ex-ministra desrespeitou o calendário do país e passou na frente dos profissionais da saúde.
De acordo com o UOL, Astete disse em comunicado que cometeu um “grave erro”, mas que só procurou o imunizante porque teve contato com “vários funcionários que testaram positivo para a Covid-19 nos meses de dezembro e janeiro".
A ex-chanceler, que agora recusou a segunda dose da vacina, justificou: "Pelo que eu entendia, tratava-se de um remanescente do lote de vacinas a cargo da Universidade Cayetano Heredia”.
Além disso, defendeu que estava comprometida com a “estratégia de negociações para a compra de vacinas" e não podia ficar doente. "Pelas razões expostas, apresentei ao senhor presidente da República minha carta de renúncia ao cargo de ministra das Relações Exteriores”, finalizou Elizabeth.
Ela estava no posto de ministra desde novembro de 2020, graças ao governo interino de Francisco Sagasti, que comandará o Peru até abril deste ano - quando novas eleições serão realizadas.
Caso que se repete
Outro episódio de ‘violação’ no Peru aconteceu na semana passada, quando Pilar Mazzetti, ex-ministra da Saúde, também renunciou por causa da vacina. Ela admitiu que o presidente Martín Vizcarra — que sofreu impeachment em novembro — furou a fila da vacina e recebeu o imunizante em outubro de 2020.
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