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Curiosidades / Griselda

Griselda: Veja quem é a detetive que derrubou a 'rainha da cocaína' na vida real

Nova série da Netflix, Griselda retrata a ascensão e a queda da mulher colombiana que se tornou pioneira no tráfico de cocaína para os EUA

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 29/01/2024, às 11h38 - Atualizado em 04/02/2024, às 11h25

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A detetive de 'Griselda': Ficção e realidade - Divulgação/Netflix e arquivo pessoal
A detetive de 'Griselda': Ficção e realidade - Divulgação/Netflix e arquivo pessoal

Lançada na última semana, a série Griselda, da Netflix, mistura fato e ficção ao retratar a trajetória da mulher colombiana que ficou conhecida na História como 'a rainha da cocaína'.

Em seis episódios exclusivos da Netflix, a série mostra como Griselda Blanco foi pioneira no tráfico de cocaína da Colômbia para os EUA por meio de Miami, nos anos 70 e 80. 

"Inspirado em eventos reais, este drama fictício retrata a jornada de Griselda Blanco desde Medelín até se tornar a "Madrinha" do império do tráfico de drogas de Miami", destaca a sinopse da Netflix. 

No entanto, a série também mostra a queda de Blanco. Cada vez mais envolvida no mundo do crime, ela passou a ser investigada pelos policiais de Miami. Na série, a detetive June Hawkins (Juliana Aidén Martinez) se destaca.

Ela é a responsável por derrubar o esquema ilegal da 'rainha da cocaína'. Como a produção mistura fato e ficção, fica a dúvida: a personagem é inspirada em uma pessoa de carne e osso?

Doug Miro, o co-criador de Griselda, confirmou que Hawkins, de fato, existe na vida real. Depois de 18 meses de pesquisa, a equipe criativa da série descobriu a sua importante participação na captura e condenação da traficante. Ela era detetive no departamento de polícia de Miami-Dade.

Consultoria

Inclusive, a June da vida real, agora na casa dos 70 anos, prestou consultoria, resultando em detalhes fascinantes para a composição do personagem de Juliana Aidén Martinez, explica a Marie Claire Internacional.

"Foi incrível fazer o primeiro programa sobre uma narcotraficante [feminina] e foi uma policial que descobriu sua presença em Miami - que descobriu o tamanho de sua organização, que entendeu e reconheceu o que ela estava fazendo em Miami", explicou Doug Miro em entrevista à Vanity Fair.

Hawkins nasceu em Miami e é filha de uma mulher cubana. Na Florida State University, estudou justiça criminal antes de retornar, em 1975, para a cidade e atuar no Departamento de Polícia Miami-Dade. 

Na vida real, ela também era mãe solteira e havia encarado um divórcio. "Um bombeiro com quem [Hawkins] saiu disse a ela que o departamento de polícia estava contratando porque precisava de mulheres e de pessoas que falavam espanhol", explicou Miro. 

Detetive June Hawkins: Realidade e ficção - Arquivo pessoal e Divulgação/Netflix

A série foi fiel à trajetória de Hawkins. Na vida real, ela também trabalhou, inicialmente, como analista de inteligência, sendo a responsável por traduzir relatos de testemunhas que falavam apenas em espanhol. Ao mesmo tempo, também lidou com os obstáculos de ser uma mulher trabalhando em um local dominado por homens. 

"Meu Deus, naquela época, você simplesmente não dava muita importância a algumas das provocações, - como o ar condicionado, que causava o endurecimento dos mamilos e qualquer uma dessas coisas - isso era algo que você simplesmente fazia", disse June ao Tudum."Os detetives de homicídios tinham uma grande reputação de serem 'destruidores de bolas', e então eu estava me preparando para isso. Eu sabia que eles estavam me testando". 

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A detetive da vida real - Arquivo pessoal

Parte da 'guerra às drogas' em Miami, a investigadora foi responsável por um relatório que apontava os principais nomes envolvidos em crimes, o que incluiu Blanco. Ela apontou 42 dois casos de destaque na época e enviou para Washington, como retrata a série. A ideia era conseguir financiamento para seguir com as investigações e prender os envolvidos. 

O encontro

Já no final da série, o público presencia um encontro tenso entre Hawkins e Griselda. Na ocasião, ela informa a rainha do tráfico que três de seus quatro filhos foram assassinados. Na vida real, entretanto, Hawkins explicou que o encontro foi menos dramático e que só viu Blanco uma única vez. 

"Depois de escrever memorandos sobre [Griselda], conversar com informantes, conversar com a DEA e toda a história que conhecíamos… só a vi uma vez”, disse ao Tudum."Eu tinha saído da [área de] homicídios. Eu já estava no terceiro andar trabalhando com inteligência criminal em uma divisão diferente. Alan [Singleton, o detetive de Miami que se uniu a Hawkins no caso Blanco] me ligou e disse: 'Ei, estou com Griselda aqui no escritório.' ...Ele sabia que eu conhecia ela e trabalhei nela, escrevi sobre ela, 10 anos antes. E ele disse: 'Você gostaria de descer e vê-la?'".

Assim como retrata a série, o que a detetive encontrou foi uma mulher mais velha e diferente a pose mítica criada na Miami dos anos 70 e 80. 

E então desci as escadas e lá estava ela sentada à mesa parecendo uma avó", destacou. "Eu não interagi pessoalmente com ela naquela época, apenas a observei. Eu pensei: 'Cara, ela parece tão inferior.' E na minha opinião, ela não parecia a grande durona que presumimos que ela seria... Ela simplesmente era inferior em todos os sentidos. Velha, com aparência cansada, ressentido". 

Um fato curioso sobre Hawkins é que ela se casou na vida real com o detetive Al Singleton, interpretado na série por Carter MacIntyre. Eles trabalharam juntos para deter nomes envolvidos no tráfico de drogas.

Cena da série 'Griselda', da Netflix - Divulgação

A relação, no entanto, só aconteceu após a condenação de Blanco. Além disso, a June da vida real se aposentou em 2014 como sargento. Atualmente, vive com o marido em Nashville, no Tennessee.