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Desventuras / Jesus

Mais antigo manuscrito de evangelho sobre a infância de Jesus é desvendado

Fragmento encontrado em Hamburgo, datado entre os séculos 4 e 5, configura a cópia mais antiga conhecida de Evangelho sobre a infância de Jesus

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 11/06/2024, às 18h56 - Atualizado em 13/06/2024, às 19h21

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Manuscrito mais antigo do Evangelho da infância de Jesus - Reprodução/Universitätsbibliothek Hamburgo
Manuscrito mais antigo do Evangelho da infância de Jesus - Reprodução/Universitätsbibliothek Hamburgo

Especialistas descobriram recentemente que um manuscrito antigo representa o que pode ser a cópia mais antiga conhecida de evangelho sobre a infância de Jesus. O fragmento de papiro estava guardado na Biblioteca Estadual e Universitária Carl von Ossietzky em Hamburgo, Alemanha, onde passou despercebido por décadas.

Dois pesquisadores, Lajos Berkes, do Instituto para o Cristianismo e Antiguidade da Humboldt-Universität zu Berlin, e Gabriel Nocchi Macedo, da Universidade de Liège, determinaram que o texto grego no fragmento é do Evangelho da Infância de Tomé (IGT).

Tal evangelho é um dos conhecidos "apócrifos" da infância de Jesus, não presente no cânone bíblico, mas popular no passado. O estudo foi publicado na revista Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik.

Antes dessa descoberta, um códice do século 11 era a versão grega mais antiga do Evangelho de Tomé. Acredita-se que o Evangelho da Infância de Tomé tenha sido escrito no século 2.Berkes e Macedo dataram o fragmento de papiro entre os séculos 4 e 5, tornando-o a cópia mais antiga conhecida.

O fragmento é de extraordinário interesse para a investigação”, afirmou Berkes em comunicado repercutido pelo Newsweek.

Além de datar o fragmento, originário do Egito, os pesquisadores decifraram o texto contido, que se distribui em 13 linhas com cerca de 10 letras gregas por linha. O texto havia sido subestimado por parecer um documento comum, como uma carta ou lista de compras, devido à caligrafia.

A descoberta

Os autores encontraram o manuscrito acidentalmente enquanto examinavam imagens de papiros. 

"Foi pensado como parte de um documento cotidiano, como uma carta particular ou uma lista de compras, porque a caligrafia parece muito desajeitada", explicou Berkes. “Notamos pela primeira vez a palavra Jesus no texto. Depois, comparando-o com vários outros papiros digitalizados, deciframos letra por letra e rapidamente percebemos que não poderia ser um documento comum.”

Segundo o Newsweek, os pesquisadores sugerem que o texto pode ter sido criado numa escola ou mosteiro como um exercício de escrita, evidenciado pela caligrafia confusa e linhas irregulares.

O texto descreve um episódio da infância de Jesus, descrito como 'segundo milagre' no evangelho apócrifo de Tomé. No registro, é dito que Jesus brincava na margem de um rio com argila. Enquanto criava pardais, é repreendido por seu pai, José, por criar tais figuras sagradas em um sábado, dia dedicado ao descanso. Em seguida, Jesus bate palmas e os pássaros criam vida. 


*Sob supervisão;