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Desventuras / Alexandre, o Grande

Tumba de Alexandre, o Grande é um dos maiores mistérios da arqueologia

Alexandre, o Grande é considerado um dos maiores líderes militares que a História já viu, no entanto, seu local de descanso é um mistério

Éric Moreira Publicado em 07/02/2024, às 17h32 - Atualizado em 19/02/2024, às 18h30

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Mosaico retratando Alexandre, o Grande - Domínio Público via Wikimedia Commons
Mosaico retratando Alexandre, o Grande - Domínio Público via Wikimedia Commons

No ano 356 a.C. nasceu um jovem príncipe que, posteriormente, se tornaria um dos mais importantes nomes da História: Alexandre III da Macedônia, mais conhecido como Alexandre, o Grande. Filho do rei Filipe II da Macedônia e de Olímpia do Epiro, sua quarta esposa, ele se tornou um dos maiores líderes militares que o mundo antigo já viu.

Vivendo até seus 32 anos, é possível dizer que o tempo não foi um obstáculo para suas conquistas. Rei desde os 20 anos, ele conquistou um enorme território que se estendia desde os Bálcãs, no sudeste da Europa, até o atual Paquistão, se tornando, assim, o soberano de um dos maiores impérios do mundo antigo.

Essa trajetória destacada em nova série documental da plataforma de streaming Netflix: 'Alexandre: O Nascimento de um Deus'. Com seis episódios e reconstituições dramáticas curiosas, a produção retrata a ascensão de Alexandre e sua busca incansável para derrubar o imperador persa Dario, culminando na conquista de vastos territórios em menos de seis anos, um feito notável na história. 

+ 5 coisas que você precisa saber sobre Alexandre, o Grande, antes de ver a série da Netflix

No entanto, como já mencionado, Alexandre encontrou seu fim ainda jovem, mais especificamente em junho de 323 a.C., aos 32 anos. A causa da morte é alvo de debate: enquanto teorias sugerem envenenamento, outras citam malária.

Fato é que, em seguida, o império se dividiu, e assim foi encerrado o breve tempo de glória da vida de Alexandre, o Grande. Porém, mesmo uma figura tão notória, seu local de descanso final também é um mistério. Entenda!

Destino de Alexandre

Como já mencionado, após a morte de Alexandre, o Grande, seu império começou a colapsar, com generais e oficiais lutando por controlá-lo — o jovem rei não nomeou nenhum herdeiro oficial.

No entanto, um general específico, Ptolomeu, assumiu a posse do corpo de Alexandre, e o levou até Mênfis, no Egito, em 321 a.C., conforme o egiptólogo Chris Naunton no livro 'Em Busca das Tumbas Perdidas do Egito' (em tradução livre do título), de 2018. 

No documentário 'Alexandre: O Nascimento de um Deus', historiadores destacam que Ptolomeu foi um confidente de Alexandre, o Grande e o auxiliou nos passos iniciais durante o seu reinado. 

"Ptolomeu era um confidente próximo de Alexandre. E, naquele momento, Alexandre tinha um grupo de amigos que esteve na corte real, e esses dois amigos parecem ter sido Heféstio e Ptolomeu, que ficaram com ele e mantiveram a relação ao longo de suas campanhas", explica a Dra. Jennifer Finn, da Universidade Loyla, em Chicago.

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Conforme repercutido pelo Live Science, registros históricos sugerem que o corpo de Alexandre foi mantido em Mênfis até que uma tumba fosse construída especialmente em Alexandria. Não existem, entretanto, registros que confirmem quando isso teria acontecido, mas, de acordo com Naunton, pode ter levado décadas.

'Alexandre o Grande resgatado do Rio Cydnus' / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

O que se sabe é que por volta do final do século 3 a.C., outra tumba para o jovem rei foi construída em Alexandria, conhecida como "Sema" ou "Soma". Este, no caso, parece ter sido o último recinto dos restos mortais de Alexandre, no entanto, a localização exata nunca foi clara.

A tumba agora pode estar debaixo d'águaEstrabão [historiador grego antigo] indica que estava no Distrito dos Palácios, parte que certamente está debaixo d'água agora. Mas pode ter sido mais para o interior —, as fontes não nos permite ter certeza sobre isso", explicou Chris Naunton à Live Science.

Incertezas

Andrew Erskine, professor na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, também comentou ao veículo a incerteza: "As fontes antigas nos dizem que o túmulo de Alexandre estava ao lado do dos Ptolomeus no complexo do palácio em Alexandria, mas onde, exatamente, não está claro".

Porém, ainda ao Live Science, Naunton teoriza que há uma grande chance de que o túmulo nunca seja encontrado: além dos séculos de destruição natural e da ação do homem, outro fator negativo é a cidade moderna, que cobre o passado. 

Logo, mesmo que os restos do túmulo de Alexandre sejam encontrados, pode ser impossível identificá-lo como o jovem rei. Textos históricos até fornecem alguma informação sobre como a tumba era, mas uma inscrição seria necessária para identificá-la.

"A Alexandria de Alexandre, o Grande, foi atacada [por cristãos e árabes, mais tarde], destruída, devastada e dizimada. Então, perdemos o corpo, não sabemos se foi destruído. Eu acredito que foi protegido. Que foi escondido”, diz o professor Lloyd Llewellyn-Jones, da Universidade Cardiff, no País de Gales, na série documental da Netflix.

Teoria

Embora a localização da tumba de Alexandre, o Grande, seja desconhecida, uma teoria já chamou atenção. A "tumba de alabastro", ao leste de Alexandria, teria abrigado o corpo do líder militar temporariamente.

O local de descanso parece datar justamente de cerca do século 3 a.C., e parte de seus desenhos são semelhantes a outras tumbas do local de origem de Alexandre: a Macedônia. Mas, a teoria não foi confirmada.

Tumba de Alabastro em Alexandria / Crédito: Foto por Roland Unger pelo Wikimedia Commons

Alguns estudiosos, por outro lado, acreditam que a tumba de Alexandre, O Grande pode ser encontrada. Zahi Hawass, ex-ministro de antiguidades do Egito, afirmou ao Live Science que acredita que o túmulo esteja em uma área conhecida hoje como cemitério latino, em El-Shatby, um bairro de Alexandria. Até lá, o mistério permanece.