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Testeira

A tecnologia ajudou a neurociência a reimaginar o cérebro

Entenda como a tecnologia foi crucial neste sentido

Fabiano de Abreu* Publicado em 19/12/2021, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa - Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - Pixabay

Comumente o cérebro humano é associado a computadores com metáforas ou falas em artigos acadêmicos. Na verdade, o corpo humano como um todo é sempre associado a uma máquina. O cérebro, por sua vez, é relacionado às máquinas mais tecnológicas de nossa era.

Mais do que apenas metáforas para exemplificar a complexidade do órgão mais importante do sistema nervoso central, os avanços tecnológicos humanos são a razão pela qual os cientistas conseguiram reimaginar o cérebro com o máximo de detalhes possível. É um ciclo interessante.

Afinal, usamos o cérebro para fazer descobertas tecnológicas e depois, usamos a tecnologia para fazer descobertas sobre o próprio cérebro.

Durante a maior parte da história humana, o cérebro foi deixado de lado quando falamos de percepções e emoções, se comparado aos outros órgãos como fígado, rins e coração.

A maior prova disso é que fortes emoções são associadas ao coração, por exemplo, ‘você machucou meu coração’. Então, é interessante pensar sobre o momento que os cientistas pensaram que o responsável por essa parte da nossa vida seria o cérebro. Somente no século XVII as pessoas começaram a ter mais confiança sobre as funções desse órgão.

Um bom exemplo é quando Descartes, o filósofo francês, considerou a possibilidade de existência de uma espécie de sistema hidráulico dentro de nós. Porém, logo foi demonstrado que não é assim que funcionam os nossos neurônios.

É uma rede fantástica que vai além de toda a tecnologia que nós imaginamos. Por isso, é totalmente compreensível tentar tornar a complexidade do cérebro em algo mais palpável com o que nós temos e já conhecemos.

Quanto mais desenvolvimento tecnológico obtivermos, mais metáforas sobre o cérebro surgirão. Quando o telégrafo surgiu, os cientistas traçaram um comparativo entre as redes telegráficas, o sistema nervoso e o cérebro.

Depois, uma nova tecnologia apareceu e as pessoas passaram a achar o cérebro mais parecido com uma central telefônica. É uma escala crescente, quanto mais tecnologia, mais analogias.

A realidade é que o cérebro evoluiu por cerca de 600 milhões de anos, cada espécie percebe o mundo de uma forma diferente. Portanto, não acho que um dia chegaremos a uma metáfora exata.

Talvez nossos cérebros não tenham uma explicação única. O melhor é nos contentarmos com milhares de pequenas respostas.


Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos.