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Notícias / Arqueologia

Artefatos de 160 anos são encontrados em prisão da Austrália

Escondidos deliberadamente por detentos da cadeia durante seu período de cárcere, os achados contam com agulhas improvisadas de tatuagem, pinturas e fichas de apostas

Pamela Malva Publicado em 12/07/2020, às 11h30

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Agulhas de tatuagem improvisadas pelos dententos - Divulgação/Emma Wynne
Agulhas de tatuagem improvisadas pelos dententos - Divulgação/Emma Wynne

Enquanto restauravam a estrutura da prisão de Fremantle, na Austrália, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante. No teto das celas antigas do complexo, eles encontraram diversos artefatos escondidos por detentos há cerca de 160 anos.

Hoje funcionando como um museu, a cadeia é um dos pontos turísticos na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO. Concluída em 1859, a enorme prisão foi erguida por seus próprios condenados e parou de funcionar em 1991.

Teto de uma das celas que estão sendo restauradas / Crédito: Divulgação/Emma Wynne 

Ao longo de todo esse período, os detentos encondiam vários objetos no isolamento de suas celas. "São cerca de 20 ou 30 centímetros de espaço entre o teto e o piso acima", explicou o arqueólogo Daniel Holland. "É um bom local para esconder as coisas."

Dessa forma, entre os muitos artefatos encontrados, os cientistas do Departamento de Planejamento, Terras e Patrimônio identificaram uma camisa listrada, uma sacola de chita e uma faca, que provavelmente foi roubada da cozinha da prisão.

Desenhos de tatuagens feitos por um detento / Crédito: Divulgação/Emma Wynne 

Durante os anos de funcionamento das celas, os presos ainda omitiram suas expressões artísticas. Nesse sentido, os arqueólogos encontraram um delicado ladrilho de ardósia, onde um detento teria desenhado uma casa tradicional com cerca de estacas.

Os artefatos mais impressionantes, no entanto, remontam à cultura da tatuagem na cadeia. Entre as paredes das celas, desenhos e instrumentos improvisados foram identificados, mostrando como a prática funcionava na época.

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Segundo Daniel, outro achado surpreendente foi um bilhete escrito à mão por um dos presos. Na nota, o homem escreveu: "Diga a ele que você é o companheiro de avaliação de Harry. Ele lhe dará café e açúcar. Eu disse a ele para dar a você". Além da pequena carta, ainda foram encontradas fichas ou moedas de couro, madeira e papel, provavelmente usadas para apostas. 

Agora, todas as peças devem ser analisadas e documentadas pelos arqueólogos. A ideia é colocar parte dos artefatos em exibição no museu da própria prisão, para que o passado da instituição seja observado pelos visitantes.