Cinco bustos de pedra milenares retratam pessoas que fizeram parte de uma das primeiras civilizações ibéricas
Eduardo Lima, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 26/04/2023, às 16h10
Cinco bustos de seres humanos em tamanho real foram encontrados na Espanha recentemente. Os arqueólogos que fizeram a descoberta acreditam que essas esculturas podem ser as primeiras mostrando as pessoas da civilização de Tartesso, que ocupou a Península Ibérica e desapareceu há cerca de 2500 anos.
Essas estátuas, que provavelmente foram esculpidas no século 5 a.C., foram descobertas em um poço selado em um templo no sítio arqueológico de Casas del Turuñuelo, no sul da Espanha. Junto das esculturas, haviam peças de ossos de animais, principalmente de cavalos, que possivelmente vieram de um sacrifício em massa realizado no santuário.
Dois dos bustos escavados estão praticamente intactos e parecem retratar divindades femininas usando brincos de ouro. O povo tartesso era muito habilidoso com o trabalho com ouro, e outras joias do tipo já foram encontrados na região. Já os outros três bustos foram encontrados em fragmentos, mas foi possível identificar que um deles parecia um guerreiro de capacete.
Em um comunicado à imprensa, os arqueólogos do Conselho Nacional Espanhol de Pesquisa (CSIC, em espanhol) disseram que o achado representava uma "mudança de paradigma" na maneira que interpretamos e compreendemos a cidade de Tartesso, que foi ocupada entre os séculos 9 e 5 a.C, estando localizada na região onde hoje ficam Portugal e Espanha.
A maneira de enxergar o povo de Tartesso mudou pois, até agora, eles eram vistos como uma cultura sem ícones, que representavam divindades usando animais ou plantas, e não ídolos humanizados. Após a escavação recente dos cinco artefatos, porém, temos evidências que não era bem assim.
Segundo o site de divulgação científica LiveScience, o filósofo grego Aristóteles e muitas outras pessoas já ligaram a misteriosa civilização de Tartesso, que não possui muitos registros arqueológicos, à mitológica "cidade perdida" de Atlantis. Porém, vale mencionar que essa informação não é validada pelo método científico ou pelos cientistas da área.
