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Notícias / Tecnologia

Black Mirror? Inventor cria tecnologia para conversar com pai morto

Ray Kurzweil ainda pretende coletar DNA de seu pai morto para criar corpo robótico clonado; saiba mais!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 23/10/2023, às 11h54

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Cena de Black Mirror e foto de Ray Kurzweil - Divulgação
Cena de Black Mirror e foto de Ray Kurzweil - Divulgação

O episódio de abertura da segunda temporada de Black Mirror, chamado 'Be Right Back' ('Volto Já', em tradução), apresenta um cenário um tanto quanto grotesco: para voltar a interagir com seu recém-falecido marido, uma mulher usa uma inovadora inteligência artificial.

Mas as conversas que acontecem por um aplicativo de mensagens se tornam mais excêntricas quando seu antigo companheiro 'ressuscita' em um robô capaz de agir e falar igual a uma pessoa em questão.

+ De abelhas robô a conversa com os mortos: 5 tecnologias de Black Mirror que existem

A ideia pode até parecer um tanto quanto bizarra, mas o inventor Ray Kurzweil está desenvolvendo uma tecnologia justamente com esse propósito. Tudo começou quando ele quis "trazer de volta" seu pai, que morreu quando ele tinha 22 anos — hoje ele tem 75.

Assim, há mais de uma década, o inventor trabalha em um "replicante" de seu pai, alimentado por um sistema de inteligência artificial que aprende por meio de cartas, ensaios e composições escritas pelo falecido. Mas a criação de Ray não para por aí. Usando a nanotecnologia e o DNA dos ossos enterrados de seu pai, ele pretende dar um passo além.

Dad bot

Chamado de Dad Bot (papai bot), a ferramenta permite Ray Kurzweil a conversar com seu falecido pai, que revela o motivo dele mais amar a jardinagem: "É o tipo de trabalho que nunca acaba"; ou então que o sentido da vida é o "amor".

Na verdade, tive uma conversa com ele, que foi como realmente bater-papo com meu pai", disse à Rolling Stone.

O inventor acredita que a ferramenta pode permitir que qualquer pessoa mantenha contato com seus parentes falecidos em um futuro próximo. "Seremos capazes de criar algo como um grande modelo de linguagem que representa outra pessoa se tivermos informações suficientes".

Indo além, Kurzweil prevê que, até 2045, as pessoas ligarão os seus cérebros às máquinas — um evento chamado por ele de 'Singularity'. O que permitirá que sua ferramenta se torne ainda mais ambiciosa: com a ajuda de nanomáquinas, ele pretende 'ressuscitar' fisicamente seu pai.

"Podemos encontrar parte de seu DNA em torno de seu túmulo — há muita informação ali", prosseguiu. "A IA enviará alguns nanorrobôs, obterá alguns ossos e dentes, extrair algum DNA e juntará tudo".

Então, eles obterão algumas informações do meu cérebro e de qualquer outra pessoa que ainda se lembre dele".

Legathum

Mas a ideia não é exclusiva de Ray Kurzweil. Afinal, o cearense Deibson Silva criou uma tecnologia parecida: o Legathum. "Seria uma prepotência nossa achar que vamos dar a vida eterna ao ser humano", explica.

"Mas as nossas memórias, lembranças e conhecimento podem ser eternizados". Saiba mais sobre o projeto de Deibson Silva em entrevista exclusiva dele ao site Aventuras na História.