Após a morte do antecessor Ayman al-Zawahiri em 2022, EUA acreditam que Saif al-Adl seja novo líder
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 16/02/2023, às 09h22
O Departamento de Estado americano informou, na última quarta-feira, 15, que a Al-Qaeda — organização fundamentalista islâmica responsável pelo atentado terrorista às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 —, cujo líder Ayman al-Zawahiri foi morto em 2022, já possui uma nova pessoa sob seu comando: o jihadista Saif al-Adl, um ex-membro das forças especiais egípcias e já uma figura conhecida de dentro da organização.
"Nossa avaliação é a mesma da ONU, ou seja, que o novo líder de fato da Al-Qaeda é Saif al-Adl, baseado no Irã", disse um porta-voz estadunidense, conforme repercutido pelo G1.
Ainda prosseguiu, afirmando que a visão predominante dos Estados-membros da ONU é de que Saif é "atualmente o líder de fato da Al-Qaeda, representando a continuidade por enquanto."
No entanto, ainda não foi definido oficialmente que Saif al-Adl é o novo líder da Al-Qaeda, pois as autoridades talibãs no Afeganistão ainda não reconhecem que o antecessor foi morto pelos estadunidenses. Além disso, Saifvive atualmente no Irã, país de maioria xiita, enquanto a organização terrorista é sunita.
O local onde ele está baseado suscita dúvidas que pesam sobre as ambições da Al-Qaeda com vista a afirmar a sua liderança de um movimento mundial, face aos desafios do Estado Islâmico (EI)", indica o relatório da ONU.
O provável novo líder da Al-Qaeda, Saif al-Adl, já serviu como tenente-coronel nas forças armadas egípcias e já é uma conhecida figura da organização terrorista, tendo ajudado a construir capacidades operacionais do grupo e treinado sequestradores envolvidos no atentado de 11 de setembro às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, segundo o Projeto Contra o Extremismo.
Hoje na casa dos 60 anos, Saif vive no Irã desde 2002 ou 2003, mas que já fez algumas viagens ao Paquistão desde então. "Saif é um dos soldados profissionais mais experientes do movimento jihadista global e carrega as marcas do combate em seu corpo", descreve Ali Soufan, ex-investigador do FBI, no CTC Journal em texto de 2021.
