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Matérias / Titanic

A saga de Joseph Laroche, o único passageiro negro do Titanic

Joseph Laroche foi uma das vítimas da desgraça do Titanic, que afundou em 15 de abril 1912, no oceano Atlântico

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 16/02/2023, às 21h00 - Atualizado em 16/11/2023, às 15h44

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Joseph Laroche, um dos passageiros vitimados na tragédia do RMS Titanic - Domínio Público via Wikimedia Commons
Joseph Laroche, um dos passageiros vitimados na tragédia do RMS Titanic - Domínio Público via Wikimedia Commons

O RMS Titanic foi um navio de passageiros britânico que, no fatídico dia 15 de abril 1912, afundou no meio do oceano Atlântico após ter atingido um iceberg. O fato se tornou na época, e é até hoje, uma das maiores tragédias marítimas da história da humanidade, tendo resultado na morte de mais de 1.500 pessoas — de um total de 2.223 à bordo, entre passageiros e tripulantes.

Em ruínas, o grande navio serviu de inspiração para uma das produções cinematográficas mais famosas de todos os tempos: 'Titanic', lançado em 1997 e dirigido por James Cameron.

Embora 'Titanic' de Cameron gire em torno da história de romance de Jack Dawson (interpretado por Leonardo DiCaprio) e Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet), dois personagens criados exclusivamente para essa história, alguns dos sobreviventes ficaram famosos depois de serem resgatados; outros, no entanto, não, quiçá aqueles que morreram na tragédia.

Tendo isso em vista, veja a seguir a história de Joseph Laroche, um dos passageiros que morreu no naufrágio do navio, e o único homem negro a bordo do RMS Titanic.

Fotografia antiga de Joseph Laroche
Recorte de fotografia antiga de Joseph Laroche com sua família / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Em família

Joseph Laroche era um engenheiro nascido no Haiti e que estudou na França. A bordo do Titanic, o navio que marcou a história com seu fatídico naufrágio, ele viajava para o Haiti — a viagem partiu de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova York, nos Estados Unidos, em 10 de abril daquele ano; o Haiti era uma parada no meio do trajeto — na segunda classe, junto de sua esposa grávida, a francesa Juliette Lafargue, e suas duas filhas.

Fotografia de família de Joseph Laroche, Juliette Lafargue e as duas filhas
Fotografia de família de Joseph Laroche, Juliette Lafargue e as duas filhas / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Porém, conforme descreve 'Black Man on the Titanic: The Story of Joseph Laroche' ("Homem negro no Titanic: a história de Joseph Laroche", em tradução livre) uma biografia escrita por Serge Bile, ele era praticamente uma "anomalia" entre às demais pessoas do navio. Isso por apenas uma razão: em meio a mais de 2 mil pessoas naquele alvoroço, ele era o único passageiro negro a bordo.

Infelizmente, ele teve sua história interrompida muito cedo: logo quando o RMS Titanic começou a afundar, Joseph Laroche colocou sua esposa e filhas em um bote salva-vidas — sim, da mesma forma como retratado no filme, foi assim que alguns passageiros se salvaram — e ficou para trás, para tentar ajudar outras mulheres e crianças a escaparem. Seu corpo, por sua vez, nunca foi encontrado.

O filme

Com a fuga do navio, Juliette Lafargue e as duas crianças foram resgatadas e, eventualmente, recomeçaram uma nova vida, infelizmente sem a presença de Joseph. O que se sabe é que os descendentes do haitiano hoje vivem em Chicago, no estado norte-americano de Illinois, de acordo com o USA Today.

Uma parente distante de Laroche, Marjorie Alberts, em entrevista repercutida pelo portal internacional, já fez inclusive uma crítica a James Cameron, diretor do sucesso cinematográfico, sobre o retrato da tragédia do Titanic e o apagamento de diversas histórias, como a do próprio engenheiro haitiano.

O navio RMS Titanic
O navio RMS Titanic / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Quero que todos saibam que o Titanic estava indo para o Haiti e havia um homem negro a bordo que não era escravo, garçom ou criado", disse ela. "Lembro-me de ver o filme com meu pai em 1997 e fiquei arrepiado. Significa ainda mais agora."