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Matérias / Família imperial brasileira

Descubra o que aconteceu com cada filho de Dom Pedro II

Das mortes trágicas a Princesa que não assumiu o trono: saiba mais sobre os filhos de Pedro

Giovanna de Matteo Publicado em 01/09/2020, às 13h51

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A imperatriz com seus filhos Princesa Isabel, Princesa Leopoldina e o Príncípe Pedro Afonso - Wikimedia Commons
A imperatriz com seus filhos Princesa Isabel, Princesa Leopoldina e o Príncípe Pedro Afonso - Wikimedia Commons

Dom Pedro II, o último imperador do Brasil, teve quatro filhos ao longo de sua vida com sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina das Duas Sicílias. Entre mortes, casamentos arranjados e decisões políticas, eles foram protagonistas de diversos momentos que marcaram a história do Brasil Imperial.

Confira abaixo qual foi o destino de cada um deles.

1. Afonso Pedro

Pintura retratando Afonso Pedro / Wikimedia Commons

Afonso Pedro de Alcântara foi o primeiro filho do casal imperial e herdeiro aparente do trono. Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 23 de fevereiro de 1845, recebeu o título de Dom Afonso desde o nascimento.

Infelizmente, a criança viveu durante dois anos, falecendo em consequência de epilepsia no dia 11 de junho de 1847. O episódio arrasou o imperador. Além disso, havia perdido seu sucessor ao poder, cargo importante na época, pois, garantia o poderio da família real no Brasil.

A dor do casal foi avassaladora, e a morte do filho foi registrada em uma carta escrita pelo monarca e endereçada à sua madrasta: "Com a mais pungente dor, participo-lhe que meu caro Afonsinho, seu afilhado, morreu desgraçadamente de convulsões, que lhe duraram cinco horas sem interrupção, e que há poucos dias Isabelinha se achou no perigo d'um forte ataque de convulsões que muito me assustou."

Foi planejado um grande funeral de Estado, realizado em homenagem ao príncipe três dias depois de seu falecimento. Dom Afonso foi enterrado no mausoléu do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, ao lado de outros membros da família imperial.

2. Princesa Isabel

Foto de Princesa Isabel / Wikimedia Commons

Isabel Cristina nasceu no Rio de Janeiro no dia 29 de julho de 1846. Foi a segunda filha de D. Pedro II e teve uma trajetória um pouco atípica.

Após a morte prematura de seu irmão mais velho Dom Afonso, que estava prometido ao trono, ela foi nomeada como herdeira presuntiva, com apenas 11 meses de idade. A princesa recebeu esse título por não haver pessoa melhor para sucessão de seu pai.

A princesa Isabel cresceu no Paço do São Cristóvão, e sua infância foi marcada pelo isolamento, sendo educada em casa, onde aprendeu diversas línguas e ciências, no Palácio onde hoje ficam os restos do Museu Nacional.

Quando completou 18 anos, a princesa Isabel casou-se com Luís Filipe Maria Fernando Gastão, o Conde d’Eu, em um casamento arranjado pelo seu pai. Desse matrimônio, nasceram quatro filhos: Luísa Vitória, Pedro, Luís e Antônio.

Apesar de historiadores afirmarem que a princesa não era muito ligada as questões políticas, preferindo tomar conta das situações domésticas, por ser a herdeira do trono brasileiro, ela tinha a responsabilidade de assumir o comando do país quando o imperador estivesse ausente.

A regência do Brasil foi tomada pela princesa em três ocasiões: A primeira em 1871, quando a Lei do Ventre Livre foi aprovada; A segunda entre 1876 e 1877, quando teve que controlar os confrontos existentes no país naquela época entre maçons e católicos; A terceira e última vez rendeu a ela uma enorme fama, quando em 1888 ficou reconhecida por ter assinado a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.

Princesa Isabel presta juramento perante o Senado do Brasil como Regente do Império / Wikimedia Commons

Embora a constituição permitisse a sucessão do trono por uma mulher, a princesa não era plenamente aceita para o cargo, tanto pela questão de gênero, quanto pela impopularidade de seu marido. Isso levou ao enfraquecimento da monarquia, que desencadeou um golpe militar que retirou a família real do Brasil e proclamou a república em 15 de novembro de 1889.

A partir disso, a família real foi expulsa do Brasil e, assim, a princesa Isabel foi obrigada a se exilar na França junto de seu marido. Ela faleceu em 14 de novembro de 1921, com 75 anos de idade e nunca retornou ao Brasil, pelo menos não viva, pois atualmente, seu corpo jaz enterrado em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

3. Dona Leopoldina de Bragança e Bourbon

Foto da Princesa Leopoldina / Wikimedia Commons

Ela nasceu em 1847, sendo a terceira filha de Dom Pedro II com a esposa Teresa Cristina,  meses depois da morte do filho primogênito do casal. Ocupou o cargo de princesa brasileira e, depois, duquesa germânica.

Recebeu o nome em homenagem à avó, rainha de origem austríaca. Filha do monarca, começou a ter aulas desde bem cedo, e passou a ser instruída pela Condessa de Barral, a paixão platônica de Pedro. Também era conhecida por sua proximidade com a Princesa Isabel e por disputar o trono com a irmã.

Em um plano arquitetado pelo pai para que a sua sucessora fosse Isabel, num cenário em que as filhas do imperador não tinham herdeiros homens, Leopoldina deixou de ser princesa brasileira num casamento arranjado com Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, príncipe alemão. Ele a levou para a Europa, onde foi nomeada Duquesa de Saxe, renunciando assim os títulos.

Se casaram em 1864, passando a morar no Rio de Janeiro, no Palácio Leopoldina, localizado na Quinta da Boa Vista. Em 1866, deu à luz a Pedro Augusto, reconhecido como o neto favorito do Imperador Pedro II, o garoto sofria com transtornos psicológicos que o levaram a ser internado por vários anos em um manicômio na Europa.

Com apenas 23 anos, Leopoldina veio a falecer no ano de 1871, em Viena. Algum tempo antes de sua morte ela havia adquirido febre tifoide, que a levaram a um quadro físico e mental debilitado, sofrendo de fortes delírios e convulsões. 

4. Pedro Afonso

O quarto e último filho do casal imperial nasceu em 19 de julho de 1848, no Rio de Janeiro. Assim como o primogênito do casal, ele era membro da Casa de Bragança, e recebeu o título de Dom assim que veio ao mundo.

A vinda de um bebê do gênero masculino excitou ao povo e a monarquia, que via nele a resolução do problema de sucessão, que até o momento estava no nome da Princesa Isabel. Assim, o escritor Manuel de Araújo Porto-Alegre, conhecido posteriormente como Barão de Santo Ângelo, afirmou que o nascimento de Pedro Afonso era um "triunfo", que havia assegurado a sucessão.

No entanto, a celebração de seu nascimento não durou muito tempo, tendo Pedro Afonso falecido em 9 de janeiro de 1850, com apenas um ano de idade. O imperador recebeu a notícia da morte de seu filho quando estava na Fazenda Imperial de Santa cruz, uma propriedade rural que pertencia aos Bragança. A causa da morte foi uma terrível febre, que acometeu tanto Pedro Afonso quanto Isabel. A princesa superou a crise, mas o pequeno herdeiro morreu convulsionando.

Em homenagem ao garoto, um grande funeral foi realizado dois dias depois de sua morte. As ruas foram tomadas por pessoas e o evento também ficou marcado pelos turistas que pagaram para assistir a cerimônia. Naquele dia, Pedro Afonso foi sepultado no mausoléu do Convento de Santo Antônio.


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