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Matérias / Esportes

Do recorde ao doping: A polêmica carreira de Lance Armstrong

Campeão por sete anos seguidos do Tour de France após vencer um câncer, ciclista, hoje, é visto como um dos turbulentos casos da história do esporte

Fabio Previdelli Publicado em 17/04/2021, às 08h00

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O ciclista Lance Armstrong - Getty Images
O ciclista Lance Armstrong - Getty Images

Entre 1999 e 2005, o ciclista americano Lance Armstrong se tornara o maior nome do esporte ao vencer por sete vezes seguidas o famoso Tour de France. Até então, o feito de Armstrong havia se tornado um recorde absoluto na competição. 

Porém, sete anos depois, em 2012, todas suas glórias se foram. Julgado por doping, Lance foi banido do esporte e teve de devolver todas as medalhas que conquistou no período.

Visto, até então, como um exemplo de superação, o ciclista passou a ser conceituado como um dos atletas mais antidesportivos da história, conforme levantamento da Sports Illustrated.  

O início promissor e uma terrível notícia 

A relação de Lance com o esporte começou desde muito cedo, porém, nem sempre esteve ligada ao ciclismo. Seus primeiros passos, ou melhor, braçadas, aconteceu dentro das piscinas, onde praticava natação. Foi nas águas, inclusive, que começou a desenvolver seu espírito de competidor, segundo conta em biografia em seu site.  

Aso 13 anos, porém, ele deixou a natação após conhecer o triatlo, vencendo uma competição chamada Iron Kids Triathlon. Entre 1987 e 1988, Armstrong foi classificado como o triatleta número um no grupo de 19 anos ou menos.

Como amador, conseguiu classificação melhor do que cinco profissionais naquele ano. Aos 16 anos, Lance Armstrong tornou-se triatleta profissional e campeão nacional de triatlo de sprint em 1989 e 1990 aos 18 e 19, respectivamente, conforme aponta a Sports Illustrated. 

Lance aos 17 anos / Crédito: Getty Images

Nos anos seguintes, disputou diversos campeonatos de ciclismo, até que recebeu uma das piores notícias de sua vida em 2 de outubro de 1996, quando tinha apenas 25 anos: havia sido diagnosticado com câncer testicular em estágio três, considerado avançado. O câncer havia se espalhado para os nódulos linfáticos, pulmões, cérebro e abdômen, explica matéria do The New York Times.  

Da superação ao sucesso 

Um ano depois, entretanto, segundo matéria do Globo Esporte, Lance já havia sido declarado curado. Iniciava-se ali uma reviravolta que mudaria para sempre a história do esporte.  

Em 1999, todos os holofotes estavam virados para Armstrong, afinal, não era para menos, após superar o câncer, havia vencido quatro etapas do Tour de France, o que o fez conquistar a competição pela primeira vez, como explica matéria da ESPN. 

Para muitos, Lance já era um exemplo de superação, algo que só o esporte é capaz de proporcionar. Naquele ano, acabou batendo o ciclista Alex Zulle, que ficou com a segunda colocação, por 7 minutos e 37 segundos de diferença.  

Porém, seu maior rival seria outro: Jan Ullrich, que havia ficado fora da competição por uma lesão. Por esse motivo, apesar de ter conquistado a competição mais prestigiada e importante da modalidade, ainda não podia-se dizer que ele era o principal atleta da categoria. Ainda mais porque Marco Pantani, ciclista italiano que também tinha muita força dentro da competição, também não havia participado da corrida.  

Lance Armstrong durante entrevista coletiva/ Crédito: Getty Images

Mas, no ano de 2000, a história foi diferente, ambos estiveram no Tour de France, mesmo assim, nenhum deles foi páreo para Armstrong. Apesar de ter ganhado apenas uma das etapas, quando superou Ullrich por seis minutos e dois segundos, Lance ficou com o bicampeonato. Naquele mesmo ano, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney. 

A ‘freguesia’ de Jan Ullrich ficou maior em 2001, quando perdeu para o americano novamente, desta vez por uma margem um pouco maior: seis minutos e 22 segundos. No ano seguinte veio o tetra. Agora, sem a participação de Jan, que não correu por conta de uma suspenção, lembra a ESPN. 

Como já sabemos, o primeiro colocado das edições de 2003, 2004 e 2005 foi o mesmo, cabendo aos outros ciclistas brigarem pela segunda colocação, já que Armstrong era imbatível. Porém, após seu sétimo título, ele anunciou que se aposentaria. Tinha a intenção de passar mais tempo com sua família, além de focar seus esforços em sua instituição que lutava para combater o câncer.  

Do retorno ao abismo 

Porém, a decisão de se separar das pedaladas não durou muito, já que Lance anunciou em 2008 que desistiu da aposentadoria, como recorda matéria do Globo Esporte. Em entrevista à ESPN, declarou que estava pronto para voltar a competir no mais alto nível. Nessa época, ele já tinha 37 anos.  

Sua volta aconteceu no Tour Down Under, na Austrália, onde acabou na 27ª colocação entre 127 participantes. Neste mesmo período, começou a enfrentar acusações de que nunca disputou uma competição se estar dopado desde que superou o câncer.  

Ainda assim, decidiu que participaria do Tour de France em 2009. Apesar de não ter conquistado o torneio, havia conquistado um louvável terceiro lugar, algo realmente surpreendente para um atleta de 38 anos e que ficou longe da modalidade por três anos.  

No ano seguinte, informou que o Tour de France daquele ano seria sua despedida em definitivo do esporte. Na ocasião, ficou em 23º lugar. Naquele momento, as acusações de que Armstrong usava substâncias ilícitas ficava cada vez mais contundente.  

Lance Armstrong participando do Tour de France em 2010/ Crédito: Wikimedia Commons

Floyd Landis, seu ex-companheiro de ciclismo, por exemplo, chegou a enviar e-mails para executivos do ciclismo detalhando como ele se dopava para melhorar seu rendimento, revela a ESPN. Além do uso pessoal, Floyd contou que Lance e outros colegas de equipe faziam o mesmo. "Quero limpar minha consciência. Eu não quero mais fazer parte do problema”, disse à época.  

Mesmo assim, o ciclista americano continuava negando tudo. Em 2011, após sua aposentadoria, mais denúncias surgiram, o que levou o caso para a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA).

No ano seguinte, um relatório da USADA apontou que não havia dúvidas de que Armstrong, de fato, estava sob influência de substâncias que causavam efeito em seu desempenho.  

Neste momento, entretanto, ele não contestou mais nada. Havia aceitado a verdade. Como resultado das investigações, Lance foi destituído de todos seus títulos. Ainda mais do que isso, foi banido do esporte para sempre. 

Revelações polêmicas 

Em janeiro de 2013, o ciclista foi entrevistado pela apresentadora Oprah Winfrey, revelando, sem aparente remorso, que de fato se dopou durante todos esses anos em que competiu e venceu o Tour de France.  

Além disso, o documentário ‘Lance’, que narra a vida do controverso ciclista, revelou que o câncer que se desenvolveu no testículo do atleta foi causado pelo uso de substâncias ilegais que ele fez durante anos. “Não posso descartar o vínculo dos meus vários anos de doping com o câncer”, declarou o americano em trecho da produção.


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