Lisa Marie faleceu na última quinta-feira, 12, após um ataque cardíaco
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/01/2023, às 14h43
Lisa Marie Presley, primeira e única filha do conhecido como 'rei do rock', Elvis Presley, faleceu na última quinta-feira, 12, aos 54 anos, após ter sofrido um ataque cardíaco — mesma causa da morte de seu pai, na época com 42 anos — tendo sido até mesmo socorrida, mas não resistiu. A informação da morte foi confirmada por sua mãe, Priscilla, em comunicado à People, onde também agradece por todo amor e orações.
Embora a convivência entre Lisa Marie e seu pai tenha sido consideravelmente breve — Elvis morreu quando ela ainda tinha somente 7 anos —, ela sempre guardou boas lembranças do tempo que tinham juntos, que não era muito, visto que seus pais se divorciaram quando tinha 4 anos. E como muitos já sabem, Elvis era amplamente conhecido não só pela sua carreira musical e de atuação, como também tinha a fama de não se segurar quando gastava dinheiro, o que inclusive mimou muito a criança.
Conforme publicação de 2019 no site da Forbes, Lisa Marie tinha pôneis, acesso privado a um parque de diversões para ela e seus amigos e legiões de empregados domésticos para atender a todos os seus caprichos. Inclusive, existe a história de que quando ela quis ver neve pela primeira vez, Elvis mandou que a levassem para Idaho em seu jato particular para brincar por 20 minutos, antes de voltar para casa.
E o costume de gastar grandes fortunas como se não fosse nada não se limitava somente a dar luxos para a filha: Elvis também era generoso com outras pessoas próximas, além de parentes. Esse costume, por sua vez, ainda era facilmente mantido pelo simples fato de que, quando a conta bancária do 'rei do rock' começasse a secar, ele só precisava sair em turnê ou fazer outro contrato de filme, e logo o dinheiro fluiria.
Porém, todo o quadro financeiro da família Presley mudaria no fatídico dia 16 de agosto de 1977, quando Elvis faleceu.
Depois de sua morte, Elvis deixou para trás somente uma propriedade — a conhecida Graceland — pobre em dinheiro, com apenas cerca de US$ 5 milhões e muitas dívidas. Além disso, o Internal Revenue Service (IRS), serviço de receita do Governo Federal dos Estados Unidos, determinou que o valor real da propriedade de Elvis Presley era maior do que o declarado em seus impostos, então impuseram, ainda, um imposto imobiliário de US$ 10 milhões.
Com isso, Graceland se encontrava em grande risco, com terríveis dificuldades financeiras, sem poder nem mesmo contar com os royalties da grande maioria das gravações de Elvis. Isso porque seu empresário, o coronel Tom Parker, já havia negociado um acordo para vendê-las à RCA, uma empresa de rádio estadunidense, por US$ 5,4 milhões — destes, apenas US$ 1,35 milhão foram realmente parar em posse dos Presley.
Sob a difícil situação que caiu sob os Presley, com a morte do astro, Priscilla Presley entrou em cena e assumiu a administração principal do Elvis Presley Estate, como uma dos executores. Com a ajuda de profissionais financeiros, ela formou a Elvis Presley Enterprises (EPE), que passou a administrar todos os direitos de imagem de Elvis e os royalties restantes — o que incluía principalmente transformar Graceland em uma atração turística, como é até hoje.
Assim, finalmente os Presley voltaram a ver o dinheiro entrando mais uma vez e, até 1993, o valor da EPE chegou a US$ 100 milhões. Nesse mesmo ano, Lisa Marie completou 25 anos, e assim tornou-se oficialmente elegível a herdar o dinheiro do testamento do pai.
Porém, em vez de receber a fortuna de Elvis Presley, Lisa Marie criou seu próprio fundo revogável e nomeou outros para atuar como curadores de sua herança, por meio dele. Dez anos depois, ela nomeou o gerente de negócios Barry Siegel como co-curador, para ser o principal responsável pela administração dos ativos do fundo.
Para surpresa da herdeira, porém, em menos de dois anos Siegel decidiu vender 85% de sua participação na EPE, que valia ainda US$ 100 milhões. No entanto, em vez de render US$ 100 milhões para o Lisa Marie, rendeu apenas US$ 40 milhões após impostos, mais US$ 25 milhões em ações.
Embora ainda fosse bastante dinheiro, quase todo esse valor se foi entre 2005 e 2015, de forma que a filha de Elvis Presley ficou profundamente endividada mais uma vez. Por isso, em 2018 ela processou Siegel, acusando-o de esconder a verdadeira condição financeira do fundo monetário, mas ele, em resposta, negava a acusação e afirmava que Lisa Marie quem gastou toda a fortuna.
Por fim, o caso ainda estava em aberto na Justiça quando Lisa Marie morreu, na última quinta-feira, 12. Os representantes da cantora no caso, no entanto, ainda não se pronunciaram em público sobre o tema.
