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Matérias / Crimes

Natasha Rayan, a jovem que apareceu no julgamento de seu assassino

Desaparecida durante quatro anos, a jovem virou alvo de um dos casos mais insólitos da História

Penélope Coelho Publicado em 09/05/2020, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Pixabay
Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Pixabay

O dia 31 de agosto de 1998 mudou para sempre a história de Natasha Ryan e sua família. Aparentemente, era uma manhã comum, no último dia de inverno na cidade de Rockhampton, Austrália. Como de costume, Natasha havia sido levada por sua mãe, Jenny, até a escola naquele dia, sem nenhum incidente atípico.

Depois daquele dia, após uma breve despedida de sua mãe no carro, a menina não foi mais vista durante muitos anos. Até que uma reviravolta no caso mudou toda a história, transformado o desaparecimento de Ryan em um dos episódios mais insólitos da Austrália.

Garota problema

A fama da australiana era marcada por episódios conturbados. Aos 14 anos ela já havia sido suspensa da escola, além de ter experimentado drogas e ter cortado os próprios pulsos uma vez, na época de seu desaparecimento, Ryan estava recebendo aconselhamento psicológico.

Foto de Natasha Ryan quando foi encontrada / Crédito: Divulgação

Não era a primeira vez que Natasha sumia sem deixar rastros, em outra ocasião a menina já havia fugido de casa, para ficar com o namorado 8 anos mais velho, Scott Black, no entanto, os dois foram encontrados alguns dias depois. Assim, os pais da jovem acreditavam que a filha estaria com eles novamente.

No entanto, Scott afirmou que não tinha nenhuma notícia da menina. Já que eles não haviam conversado anteriormente, essa informação deixou os pais de Natasha em pânico. A partir de setembro daquele ano, a polícia da Austrália começou uma busca incessante pela adolescente, em uma investigação que custou caro aos cofres públicos.

Naquela época, a família de Natasha não passava por um bom momento, seus pais estavam se separando e a notícia do possível sequestro de sua filha deixou o antigo casal ainda mais abalado.

Além disso, mesma época do sumiço de Ryan, outras três garotas também haviam desaparecido sem nenhuma explicação, na cidade de Rockhampton. As autoridades locais começaram a fazer uma espécie de link entre os crimes e chegaram a um nome: Leonard Fraser.

O homem conhecido como o Estuprador de Rockhampton, já tinha sido condenando à prisão anteriormente por casos de abuso sexual. Em uma procura por um acordo com a polícia, Fraser acabou confessando o assassinato de quatro mulheres, incluindo Natasha.

Os pais de Natasha foram abalados pela notícia. Tudo indicava que a menina teria sido assassinada naquela manhã fria de agosto, como as outras moças.

Aquela altura, a família de Natasha já estava conformada com a morte da filha após anos de buscas sem resposta. Seus parentes chegaram a fazer um memorial na cidade para homenagear a garota, em 2001. Na ocasião, Jenny chegou a dizer a seguinte frase para a mídia local: "Não acredito que Natasha teria me deixado passar por toda a dor se ela estivesse lá fora". Todavia, os familiares seriam surpreendidos por uma reviravolta digna de um roteiro de Hollywood.

Julgamento

Em 11 de abril de 2003, no dia do julgamento do psicopata, o promotor da polícia, Paul Rutledge fez uma afirmação chocante: Fraser não era o culpado pelo assassinato de Natasha Ryan. Para se ter ideia do impacto da notícia, o pai da menina — presente na ocasião —, desmaiou no tribunal ao receber a notícia.

Alguns dias antes, Rutledge havia recebido um bilhete anônimo dizendo que Natasha estava viva e bem, passando um número de telefone para que a polícia pudesse rastreá-lo. E assim foi feito, na noite anterior ao julgamento.

Em 10 de abril, as autoridades australianas foram até o endereço de uma casa em North Rockhampton. Quatro anos depois daquela ida a escola, Natasha foi encontrada, aos 18 anos de idade escondida dentro de um armário.

Durante todo esse tempo, Ryan estava vivendo escondida com aquele que jurou não saber de seu paradeiro, o namorado Scott Black. E, para desespero de sua família, ela estava muito mais perto do que se pensava: em uma residência a apenas quatro quilômetros da casa onde morava anteriormente.

Novo julgamento

Vinte dias depois, Natasha participou do julgamento de seu próprio suposto assassinato para responder algumas perguntas. Na ocasião, a menina afirmou que não conhecia Leonard. Assim, o homem foi condenado pelos outros três crimes. Mas, afinal de contas qual o motivo de Ryan ter forjado o próprio sequestro?

A mulher afirmou que na época em que sumiu, não estava aguentando a separação dos pais e que queria muito viver com seu namorado sem preocupações. Natasha revelou que até chegou a pensar em voltar para casa, mas, tinha medo das consequências depois de perceber a proporção que o caso tomou.

Ela e Black moraram por muito tempo numa casa na praia. Passavam dias dentro de casa, com cortinas fechadas para não colocarem o plano em risco. Todavia, voltaram para Rockhampton, devido a uma transferência no trabalho de Jack.

Consequências

Demorou muito tempo para que sua família a perdoasse por essa grande dor que sentiram por quatro anos. E a relação dela com a família Ryan nunca mais foi a mesma. Afinal, os pais carregaram por anos um mistério que causou dor aos envolvidos.

Além disso, as buscas por Natasha custaram aos contribuintes cerca de 400 mil dólares e o casal havia de pagar pelas mentiras de alguma forma. Em 2005, Scott foi condenado à prisão e passou um ano recluso, por ter dado um depoimento falso para a polícia, na época do desaparecimento.

Um ano depois, Natasha foi considerada culpada por causar uma falsa investigação policial, por isso, foi multada em mil dólares. O casal se casou em 2008, e continuam juntos até hoje. A última notícia dos dois nos tabloides australianos saiu em 2011, quando eles afirmaram que estavam felizes com três filhos. Na época, Natasha estava estudando para ser enfermeira.


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