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Matérias / Personagem

O pesadelo do Reich: Lyudmila Pavlichenko, a mulher que matou mais de 300 nazistas

Durante a Segunda Guerra, o melhor amigo da militar soviética era um rifle de longo alcance

André Nogueira Publicado em 02/06/2020, às 09h08 - Atualizado às 09h09

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Pavlichenko - Wikimedia Commons
Pavlichenko - Wikimedia Commons

Responsável pela morte de centenas de fascistas, em sua maior parte alemães — oficialmente 309, mas muitos relatam uma cifra que passa de 500 homens—, a soviética Lyudmilla Pavlichenko é considerada, até hoje, a franco-atiradora mais bem-sucedida da História, tendo uma trajetória marcante na Segunda Guerra. Nascida na atual Ucrânia, ela esteve desde cedo envolvida em assuntos bélicos.

Isso porque, aos 14 anos, quando se mudou com a família para a capital Kiev (já parte da URSS), ela entrou num clube de tiro onde se tornou cada vez mais aperfeiçoada na técnica. Na mesma época, teve uma gravidez precoce, que resultou no nascimento de Rostislav, criado pela avó para que Lyudmilla seguisse nos estudos..

Filha de uma camponesa e um operário, ela trabalhava numa casa de fundição de moedas até ser admitida no curso de História na Universidade de Kiev, onde também fez mestrado.

Foi lá que adentrou a um núcleo de treinamento a atiradoras do Exército Vermelho, onde desenvolveu as habilidades de sniper. Então, com a Operação Barbarossa, Pavlichenko logo se alistou no esforço de guerra, fazendo parte da primeira lista de voluntários.

Pavlichenko / Crédito: Wikimedia Commons

Como consequência, foi designada à Divisão de Infantaria do Exército, se recusando a atuar como enfermeira — queria atuar com armas e atuar diretamente no front. Num dos exércitos europeus com maior espaço para militares mulheres, ela integrou um grupo de duas mil atiradoras de elite.

Com um rifle de longo alcance — que ficou famoso na mão do atirador Vassili Zaitsev —,  Pavlichenko foi enviada para a cidade de fronteira Belyayeyka, onde começou a contar mortes. Com o avanço dos alemães, foi levada pela sua unidade á Odessa, uma das maiores cidades da Ucrânia. Lá, fez sua primeira centena de baixas, num período de dois meses.

Em 1942, a blitzkrieg nazista avançava cada vez mais rápido no território soviético. A estratégia de evacuação e exaurimento do inimigo exigia que ela novamente recuasse, sendo direcionada para um posto no Mar Negro, Cáucaso, onde foi transferida para a Crimeia e promovida a tenente.

Diante do avanço de Hitler no sul da Bacia do Volga, um ataque aéreo de morteiro atingiu o posto de Pavlichenko, que foi obrigada a se retirar do campo. Mantida em custódia médica por um mês. e afastada temporariamente da guerra, ela foi indicada como comissária diplomática dos soviéticos em suas conversações com Washington.

Pavlichenko com Eleonor Roosevelt e o o juiz Robert Jackson / Crédito: Wikimedia Commons

Assim, Pavlichenko e uma equipe foram enviadas para o Canadá e EUA, onde foi recebida por Franklin Delano Roosevelt, tendo participado de conferências na Casa Branca. Fez, então, uma visita diplomática ao redor do país, até retornar à URSS com algumas armas que recebeu de presente (pistola Colt e rifle Winchester).

Com um saldo de 309 mortes, alvos importantes e estratégicos, incluindo mais de 100 oficiais da Alemanha, foi declarado que seus anos de batalha estavam encerrados. Optou por retornar à Rússia e nunca mais entrou em campo de guerra, passando a treinar snipers para o efetivo militar.

Ela se tornou um ícone relevante da propaganda de guerra soviética, sendo declarada Heroína Nacional e recebendo a Estrela de Ouro. Retratada nas mais diversas mídias, Lyudmila era aclamada por onde passava. Com o fim da guerra em 1945, retornou à Universidade de Kiev.

Pavlichenko / Crédito: Wikimedia Commons

Por uma década, ela seguiu sua carreira de historiadora na Marinha e, a partir de 1953, investiu em pesquisas tradicionais. Famosa e prestigiada como militar e participou ainda de celebrações comemorativas da guerra.

No entanto, não queria ser viver nos holofotes. Seguiu com uma vida pacata, e se dividia entre bibliotecas e grupos de veteranos. Chegou a receber Eleonor Roosevelt em uma visita à capital soviética, onde ajudou a viúva num processo de depressão.

Mais velha, passou a viver em Moscou. Porém, em 1974, morreu após um AVC. Com todas as celebrações dignas para uma heroína de guerra, Pavlichenko foi enterrada no Cemitério Novodevichy, numa sepultura até hoje muito visitada.


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