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Matérias / Idade Média

Restos de uma guerreira eslava são encontrados em cemitério Viking

Enterrada ao lado de seu machado, a combatente desafia opiniões sobre o papel das mulheres no passado

Joseane Pereira Publicado em 31/07/2019, às 12h00

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Representação do enterramento de guerreira eslava - Miroslaw Kuzma / Facebook
Representação do enterramento de guerreira eslava - Miroslaw Kuzma / Facebook

O pesquisador Leszek Gardela, da Universidade de Bonn, na Alemanha, examinou os restos mortais de uma guerreira enterrada em cemitério Viking, na ilha dinamarquesa de Langeland. No entanto, após inspeções, Gardela descobriu que a mulher não era uma combatente viking, mas sim uma guerreira eslava.

A mudança do grupo ao qual pertencia a mulher se deu pelo tipo de machado que a acompanhava. Ao invés de uma típica arma Viking, o objeto na verdade era de estilo eslavo. "Até agora, ninguém prestou atenção ao fato de que o machado no túmulo vem da área do sul do Báltico, possivelmente a Polônia de hoje", afirmou Gardela em publicação.

De acordo com Gardela, na época medieval, o território da Dinamarca estava repleto de eslavos e escandinavos lado a lado, e o estudo sugere uma maior presença de guerreiros eslavos do que se pensava anteriormente. Mas, apesar de bem preservados, os restos mortais da guerreira não permitem determinar a causa da morte, devido à ausência de lesões aparentes.

Gardela examinando machado / Crédito: Reprodução

A novidade faz parte do estudo intitulado Amazonas do Norte, que se concentra em sepultamentos na Dinamarca, Noruega e Suécia. A inspiração para o projeto veio de antigas lendas islandesas que descreviam as poderosas mulheres Valquírias.

Até agora, 30 sepulturas femininas foram encontradas. “Existem muitas mulheres guerreiras - elas participaram de expedições em plena marcha, e até comandaram exércitos inteiros para atacar”, afirmou Gardela.

Questões de gênero

O exame em restos femininos tem levantado questões ignoradas no meio acadêmico, sobre os vieses que os pesquisadores carregam. Por exemplo, apenas quando a osteóloga Anna Kjellström reexaminou os restos de um lutador Viking, que se descobriu que ele na verdade era uma mulher.

"Embora algumas mulheres viking soterradas com armas sejam conhecidas, uma mulher guerreira dessa importância nunca foi determinada. E os estudiosos de Vikings relutam em reconhecer a ação de mulheres com armas", afirmaram os pesquisadores do projeto. “Essa imagem do guerreiro masculino em uma sociedade patriarcal foi reforçada por tradições de pesquisa e preconceitos contemporâneos. Assim, o sexo biológico do indivíduo analisado por Kjellström foi dado como certo.”

As crescentes evidências de mulheres guerreiras, em andamento no estudo Amazonas do Norte, têm colocado em cheque tais questões.