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Quem derrotou Napoleão? E outros livros

Fabiano Onça | 01/09/2006 00h00

A Batalha de Waterloo Publicado em 01/09/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

A Batalha de Waterloo

Andrew Roberts, Ediouro, R$ 29,90, 160 págs.

A Batalha de Waterloo, travada nos campos da atual Bélgica, foi a pá de cal na carreira de Napoleão Bonaparte. O combate prolongou-se por todo o dia 18 de junho de 1815 e até hoje rende trocas de tiros entre os historiadores. O último disparo é o livro A Batalha de Waterloo, escrito pelo britânico Andrew Roberts, que traz documentos considerados novos para a discussão. Uma das fontes citadas pelo autor é uma carta de 1835, escrita pelo oficial de cavalaria francês Fortuné Brack, na qual ele admite ser o responsável pelo falso alarme de que as tropas inglesas estavam em retirada. Isso levou os esquadrões de cavaleiros franceses a um “efeito dominó” de ataque, num movimento que logo se revelou prematuro e fatal para os homens de Napoleão. Outro suposto mito atacado por Roberts é o de que a cavalaria francesa caiu em massa na chamada “ravina da morte”, uma depressão oculta do terreno. No fim, no entanto, Roberts sustenta a antiga idéia de que foi a genialidade do britânico Arthur Wellesley, o duque de Wellington, que selou o destino da peleja. Ou seja, ele teria obrigado Napoleão a uma luta desvantajosa contra as tropas aliadas, que estavam entocadas nas colinas e fazendas próximas ao monte Saint Jean. Mesmo assim, no geral, é um bom livro sobre uma das vitórias mais apertadas da história. Mas não encerra o tiroteio.

Guerra de versões

Belgas e Holandeses

Geralmente relegados a segundo plano, os belgas e holandeses compunham um terço dos 112 mil homens do Exército anglo-britânico. Em seu favor, historiadores belgas argumentam que, quando Napoleão jogou a última cartada e colocou a Velha Guarda em campo, foram as tropas belgas, lideradas pelo general holandês David Hendrik Chassé, que pararam os veteranos do Imperador francês.

Prussianos

Creditam ao general Blücher o papel decisivo na batalha. Derrotado por Napoleão dois dias antes, o velho general conseguiu impedir uma derrota total e retirou-se com suas tropas para reaparecer, para a surpresa de Bonaparte, com 60 mil homens, quando a batalha já estava em curso. Segundo Roberts, existe a possibilidade de até Wellington ter sido surpreendido com a aparição do aliado.

Franceses

Alguns historiadores apontam as fortes chuvas do dia anterior como fatais, pois o terreno lamacento acabou prejudicando a artilharia francesa. Outros põem a culpa em Grouchy, o general que não deteve os prussianos, e ainda privou Napoleão de homens essenciais. Já o escritor Victor Hugo, seguindo a modéstia napoleônica, disse que fora Deus quem derrotou o Imperador.

Outros livros

Os 50 Maiores Erros da Humanidade

Trajano Leme Filho, Ed. Axcel Books, R$ 69,00, 908 págs.

Num calhamaço de quase mil páginas, o autor aborda de forma curiosa e inusitada aquilo que considera os 50 maiores erros da humanidade. Estão lá vários capítulos da história, da Antiguidade aos tempos modernos, inclusas aí as principais guerras já travadas pelo homem. Começa com a mitológica Guerra de Tróia e passa por conflitos como as invasões napoleônicas, a Primeira Guerra Mundial, a Guerra do Vietnã e a Guerra do Iraque, entre outras. E ainda sobrou espaço para personagens e eventos de nossos tempos, de Che Guevara ao 11 de setembro.

Lutando na Espanha

George Orwell, Ed. Globo, R$ 31,00, 393 págs.

Relatos em primeira mão daqueles que sobreviveram aos piores conflitos são sempre fascinantes. Ainda mais quando quem escreve é um gênio da literatura como George Orwell. Conhecido por denunciar o stalinismo em seu livro mais famoso (A Revolução dos Bichos), ele também foi um homem que pegou em armas. Lutou como voluntário na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e neste livro conta de forma fervorosa as situações que enfrentou – incluindo o dia em que uma bala no pescoço encerrou sua aventura no país do generalíssimo Franco.

O Príncipe

Nicolau Maquiavel, Ed. Campus/Elsevier, R$ 36,00, 200 págs.

Esta seria apenas mais uma edição de um dos livros mais publicados do mundo – uma obra de cabeceira para gerações de políticos e diplomatas –, não fosse por um detalhe: além de apresentar a já clássica obra de política e estratégia, a nova versão de O Príncipe traz anotações de ninguém menos do que Napoleão Bonaparte. Uma passagem, só para dar o gosto: no trecho em que Maquiavel diz “cada vez que seus inimigos têm a oportunidade de atacá-lo [o príncipe], o fazem em facções”, Napoleão faz a seguinte anotação: “Estou preparado para tudo isso”.

O Incêndio

Jorg Friedrich, Ed. Record, R$ 64,00, 585 págs.

Afundados numa imensa culpa, os alemães passaram décadas minimizando os efeitos da Segunda Guerra Mundial em seu próprio país. Agora, mais de 60 anos depois do final do conflito, surge uma nova safra de livros, como O Incêndio, que demonstra o extensivo grau de planejamento dos aliados na destruição das cidades alemãs por meio das chamadas “tempestades de fogo”. Esses bombardeios massivos as transformavam em verdadeiras fogueiras gigantes, caso do trágico e criminoso ataque a Dresden – com seu rico acervo cultural – a poucas semanas do fim da guerra.