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Desventuras / Napoleão Bonaparte

Que fim levou Josefina? Imperatriz viveu turbulento romance com Napoleão

Primeira esposa de Napoleão e antiga imperatriz francesa, Josefina teve uma vida conturbada antes e depois do relacionamento com o general; confira!

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/11/2023, às 11h00 - Atualizado em 15/01/2024, às 18h25

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Recorte de retrato da imperatriz Josefina e no filme 'Napoleão' - Domínio Público via Wikimedia Commons e Divulgação
Recorte de retrato da imperatriz Josefina e no filme 'Napoleão' - Domínio Público via Wikimedia Commons e Divulgação

No ano passado, foi lançado o mais recente trabalho dirigido por Ridley Scott, 'Napoleão'. Com a presença do já vencedor do Oscar, Joaquin Phoenix, no elenco — como protagonista, dando vida ao general francês —, o filme promete ser um dos favoritos para a próxima temporada de premiações de cinema.

A produção, por sua vez, acompanhará parte da trajetória de Napoleão Bonaparte, o general francês que, em meio a uma série de conturbações políticas e da própria Revolução Francesa (1789 - 1799), tornou-se imperador.

Mas, o foco do novo filme não se concentra apenas na carreira militar e política de Napoleão. Seu relacionamento com sua primeira esposa, Josefina de Beauharnais, que se tornaria imperatriz dos franceses, é abordado na produção.

A participação de Josefina na vida de Napoleão, definitivamente, não foi um mero detalhe. Os dois foram os protagonistas de uma trama amorosa turbulenta, com traições por ambas as partes — mas, ainda assim, possui seus momentos bastante calorosos, muitos dos quais registrados em correspondências.

Em junho de 1815, ocorreu a memorável Batalha de Waterloo, na atual Bélgica (então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos), que ficou marcada pela derrota das tropas de Napoleão e, como consequência, o início do fim de seu poder. No mesmo ano, foi exilado para a ilha de Santa Helena, onde viveu até sua morte, em 1821.

No entanto, em seu exílio, Napoleão já não era mais casado com Josefina — eles se separaram em 1809 —, e a história dos dois já estava desvencilhada havia anos. Afinal, que fim levou a imperatriz francesa?

Primeiro casamento

As turbulências na vida de Josefina começaram quando ela ainda era jovem. Nascida Marie-Joseph Rose de Tascher — chamada somente de Rose —, em 23 de junho de 1763, na plantação de Tros-Îlets, Martinica, ela era a filha mais velha de uma família nobre francesa.

Aos 16 anos, foi enviada para se casar com Alexandre de Beauharnais — na época com 19 anos — na França, em uma cerimônia realizada em 13 de dezembro de 1779. O casal teve dois filhos: Eugénio, nascido em 3 de setembro de 1781, e Hortênsia, em 10 de abril de 1783.

Porém, a relação não correu tão bem quanto poderia aparentar. Menos de seis anos após a união, o casal se separou em 5 de março de 1785, embora não tenham se divorciado oficialmente.

Desde então, Rose obteve custódia de Hortênsia, e Alexandre cuidou de Eugénio. Porém, com a separação a mulher enfrentou uma série de dificuldades financeiras, precisando até mesmo vender joias para pagar despesas — até que, em dado momento, ela e a filha precisaram regressar à Martinica, onde viveram por mais dois anos.

Retratos de Josefina quando imperatriz e de Alexandre de Beauharnais / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Tempos de revolução

Com a eclosão da Revolução Francesa, em 1789, rapidamente uma grande turbulência política tomou Martinica. Foi nesse contexto que Rose e Hortênsia retornaram à Paris, onde ela se encontrou novamente com o marido — que, neste momento, vivia uma carreira política invejável, tornando-se presidente da assembleia constituinte em 1791 —, o que Rose aproveitou para benefício próprio, cultivando outras conexões políticas

Porém, o contexto da Revolução Francesa desagradou outros poderes políticos da Europa, que formaram uma coalizão contra a França. Neste contexto, em janeiro de 1794, Alexandre e Rose foram detidos e encarcerados em Paris por conspiração política.

Ele fora executado em 23 de julho daquele ano; já a mulher, conseguiu escapar após a queda e morte de Maximilien de Robespierre, uma importante personalidade política da revolução, apenas uma semana depois.

Livre da prisão, Rose optou por permanecer em Paris, conforme narra o site da Fondation Napoléon, organização francesa sem fins lucrativos que apoia o estudo da história do Primeiro e do Segundo Impérios Franceses. Lá, continuou cultivando conexões políticas até que, no outono de 1795, conheceu um jovem e promissor general, que mudaria sua vida: Napoleão Bonaparte.

Paixão histórica

Rapidamente, Napoleão se apaixonou por Rose, e deu-lhe o apelido de Josefina. Já ela, que era seis anos mais velha que o general e já possuía dois filhos, não teve tanto interesse nele a princípio.

Ainda assim, ambos eram pessoas ambiciosas, e se ajudaram na introdução à alta sociedadeJosefina o introduziu à nobreza da época, enquanto ele conquistava uma crescente e famosa reputação. Então, em 9 de março de 1796, os dois se casaram em parceria civil.

Graças às numerosas campanhas militares, Napoleão esteve ausente durante longos períodos, o que dificultou o relacionamento. Com o tempo, ambos começaram a se relacionar com amantes.

As infidelidades de Josefina, no caso, começaram ainda cedo, cerca de uma semana após o casamento; Napoleão, por sua vez, a traiu após descobrir as aventuras da esposa, enquanto ele estava em uma campanha no Egito.

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Quando Napoleão retornou do Egito, recusou-se a encontrar a esposa, que não foi vê-lo em seu regresso da campanha. Foi nesse momento, então, que Josefina decidiu que tentaria reconciliar o relacionamento a todo o custo.

Imperatriz Josefina

Após o golpe militar de 18 de Brumário, Napoleão tornou-se Primeiro Cônsul francês — título adotado após sua tomada de poder, antes de ser imperador —, e o casal mudou-se para o Palácio das Tulherias, onde Josefina personificou o poder político e a honra dos dois, vestindo-se com as melhores roupas e promovendo festas impressionantes.

Sem receios para gastar, ela também comprou Malmaison, uma casa senhorial próxima a Paris, onde empenhou muito tempo, energia e recursos para tornar o lugar agradável para viver.

Porém, Josefina não agradava a todos, especialmente aqueles mais próximos de Napoleão, como  familiares. Portanto, para tentar reconciliar os Bonapartes e os Beauharnais, Napoleão até mesmo adotou Eugénio, e casou a enteada, Hortênsia, com o irmão, Luís. Ainda assim, isso não foi suficiente: a família dizia que ele e Josefina deveriam se separar, pois, ela não havia produzido ainda um herdeiro.

Temendo a separação, Josefina tentou usar de sua influência para manter o casamento, conseguindo, por exemplo, uma união religiosa entre eles, além da civil. No entanto, ela ainda não conseguia gerar um herdeiro com o novo imperador.

Napoleão Bonaparte / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Separação

Foi por essa razão que, em 30 de novembro de 1809, Napoleão disse a Josefina que queria se separar. Chateada, concordou com a anulação do casamento, o que foi confirmado, em definitivo, em um conselho de família oficial no dia 15 de dezembro. No entanto, Napoleãoprometeu-lhe que não a esqueceria, e que salvaguardaria seu futuro.

Ela foi coroada com minha mão; Quero que ela mantenha o posto e o título de Imperatriz, mas definitivamente não quero que ela duvide dos meus sentimentos e quero que ela sempre me considere seu melhor e mais querido amigo", afirmou o imperador, segundo a Fondation Napoléon.

Já no ano seguinte, em 1810, Napoleão casou-se novamente, desta vez com a arquiduquesa da Áustria, Maria Luísa, com quem teve um filho, Napoleão Francisco Carlos José Bonaparte (ou Napoleão II). Já Josefina estabeleceu-se definitivamente em Malmaison, propriedade que seguiu cuidando e onde se dedicou às suas paixões — o embelezamento da casa, do jardim, e uma vasta coleção de arte — pelos anos que se seguiram.

Queda dos franceses

O que era uma França em ascensão sobre o comando de Napoleão, eventualmente, encontrou seu fim. Em 1814, a França foi finalmente invadida, levando à rendição de Paris em 30 de março daquele ano, quando foi ocupada pelas tropas do czar Alexandre I.

Josefina, por sua vez, se mudou para a casa senhorial de Navarra, perto de Evreux, na Normandia, antes do episódio. Foi então que Napoleão viu a queda de seu império, e foi enviado para seu primeiro exílio, em Elba, na Itália.

Então, em abril daquele ano, Josefina regressou a Malmaison, o que não foi grande problema, visto que a família Beauharnais mantinha boas relações com Luís XVIII, o novo rei da França, que contava com o apoio do czar russo Alexandre I.

Além do mais, a ex-imperatriz e o czar desenvolveram uma boa amizade, a partir da apreciação partilhada pela arte e no respeito do homem pelos dois filhos dela.

Mas, somente um mês após seu retorno a Malmaison, Josefina rapidamente adoeceu e, em 29 de maio de 1814, aos 51 anos, morreu na casa senhorial vitimada por uma pneumonia. Quatro dias depois ocorreu seu funeral, na igreja de Saint-Pierre-et-Saint-Paul, em Reuil, onde foi sepultada e ainda hoje é possível observar uma estátua dela, no alto de seu túmulo.