Bakhretdin Khakimov, conhecido como Sheikh Abdullah, permaneceu no país após a retirada do Exército Vermelho em 1989
Redação Publicado em 28/12/2022, às 15h05
Nesta quarta-feira, 28, autoridades do Afeganistão informaram em nota oficial que o ex-soldado soviético Bakhretdin Khakimov, 60, conhecido por se converter ao islamismo e por permanecer no país após o Exército Vermelho (da antiga URSS) se retirar do local, morreu por intoxicação com monóxido de carbono. O gás vazava de um aquecedor com problema.
De acordo com informações divulgadas pela AFP, Ahmad Shaq Mushfiq, chefe do departamento forense de Herat, no Oeste do Afeganistão, não havia circunstâncias suspeitas no caso.
Em um tweet em sua conta oficial, o porta-voz do governo dos talibãs, Zabihullah Mujahid, ofereceu suas condolências à família de "Abdullah", nome pelo qual Khakimov também era conhecido.
Ele chegou ao Afeganistão com as antigas forças soviéticas e foi feito prisioneiro. Mais tarde ele se tornou muçulmano, casou-se aqui e morou em Herat", declarou o líder do grupo fundamentalista islâmico.
Em 1985, Abdullah integrava uma ala de inteligência militar do exército soviético, ocupando o cargo de oficial durante a invasão no Afeganistão pela URSS, que durou 10 anos.
Em uma entrevista à AFP em 2015, o ex-oficial declarou que, em uma das batalhas, ele foi atingido e sofreu um grave ferimento na cabeça. Na ocasião, Abdullah foi encontrado pelo exército inimigo, que prestou ajuda e ofereceu tratamento.
Sinto muita vergonha porque prejudiquei este país, causei prejuízos às pessoas. Fiquei no Afeganistão porque os afegãos são pessoas muito gentis e hospitaleiras”, disse ele na época.
Posteriormente, ele passou a trabalhar no Museu da Jihad, que fica localizado na cidade de Herat, e também exerceu trabalhos como curandeiro.
