Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Desemprego do pai e vícios da mãe: A dura infância de Jim Carrey

“Lembro-me de me trancar no banheiro e chorar porque pensei que eles iam morrer”, disse o ator canadense em recente entrevista

Fabio Previdelli Publicado em 13/02/2021, às 09h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O ator Jim Carrey - Getty Images
O ator Jim Carrey - Getty Images

Nos anos 1990, poucos atores seguiram uma sequência de filmes de sucesso como Jim Carrey fez. Em 1992, ele mostrou todas suas facetas humorísticas com o icônico “Ace Ventura”. Dois anos depois, outros dois sucessos: “O Máscara” e “Debi & Loide”.  

Porém, Jim é muito mais que um ator engraçado, ele é único, talentoso e expressivo. Por mais que o humor seja seu ponto forte, ainda assim é impossível não lembrar das atuações do canadense em “O Show de Truman” (1998) e em “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (2004). Isso sem contar seu papel do vilão Charada em “Batman Eternamente” (1995). 

Entretanto, quem o vê arrancando gargalhadas em seus filmes, jamais imagina que a infância do ator foi dura e cheia de dificuldades. 

Dura juventude

Em 2013, durante uma entrevista ao HollywoodReporter, Carrey falou sobre infância difícil, que o inspirou a escrever um livro infantil “How Roland Rolls”, lançado na ocasião. Entre outras coisas, Jim disse que quando jovem era “o palhaço da família” enquanto “tentava descobrir o universo”. 

Jim Carrey quando criança / Crédito: Divulgação

Nessa época, lembra que seu pais tinham sérios problemas com vício e, assim, vivia com medo de que eles morressem quando ainda era apenas uma criança. “Lembro-me de me trancar no banheiro e chorar porque pensei que eles iam morrer”. 

Ainda falando sobre sua família, ele revelou que a matriarca, Kathleen Carrey, “não estava bem” e passou a vida toda lutando contra a depressão. “Era algo sério”, explica.  

“Lembro-me de quando tinha sete anos e minha mãe, na mesa de jantar, dizia coisas como 'Meu cérebro está se deteriorando a um ritmo incrível!' ou 'Minha angina está piorando; posso ir a qualquer momento!'. Coisas assim só me abalariam até o âmago. É aterrorizante, mas essa era sua maneira de chamar atenção e conseguir amor”, declarou.  

Porém, isso nunca a impediu de apoiá-lo, muito pelo contrário, sua mãe sempre tratou suas piadas e imitações como “algo especial”. “Minha mãe nunca nos abandonou, ela sempre esteve por perto. Mas, quando você está cheia de remédios para a dor, não é uma presença de verdade. É abandono involuntário". 

Apesar disso tudo, diz que não quer a solidariedade de ninguém por seu passado. "Eu acho que é normal, todos nós fomos abandonados de alguma forma e isso nos molda". 

Problemas financeiros 

Já com seu pai, Percy Carrey, o comediante tinha uma relação completamente diferente, ele era sua maior fonte de admiração. "Eu só queria ser ele. Ele podia entrar em qualquer sala, em qualquer festa, e dominar o ambiente. Ele era um ser humano incrível", diz com orgulho. 

Porém, durante sua juventude, seu pai acabou perdendo o emprego, o que obrigou ele e os irmão a ajudarem, desde cedo, com as obrigações financeiras do lar. Os problemas na saúde financeira da família fizeram com que eles tivessem que viver “em uma van por um tempo”, revelou ao Inside the Actors Studio.  

O pequeno Jim e suas caretas / Crédito: Wikimedia Commons

No entanto, Jim Carrey conseguiu transformar aqueles momentos difíceis em uma fonte de risos: "Muitas pessoas não sabem disso, mas quando eu tinha cerca de 14 ou 15 anos, meu pai perdeu o emprego e eu fiquei sem ter onde morar por um bom tempo, mas é claro, eu cresci no Canadá e pensei que íamos acampar", brincou ao falar sobre seu passado.   

Apesar disso tudo, o astro sempre teve seu pai como uma figura intocável. "Quando ele perdeu o emprego, fiquei com muita raiva. Eu não parei para considerar que ele talvez odiasse o trabalho dele, e por isso fosse um mau funcionário. Para mim, a culpa era de todo mundo, menos dele". 

A depressão 

Em uma entrevista com Larry King, da CNN, Jim Carrey descreveu a si mesmo como uma "pessoa estranha e séria" e mergulhou mais fundo nesse assunto quando conversou com o iNews. 

Segundo ele, sua personalidade "séria" não é aquela que o público vê com frequência e pode ser atribuída à luta do ator contra a depressão, algo que pode ter desenvolvido durante a juventude. 

Afinal, quando criança, declarou viver de forma incomum em relação as outras crianças. "Bem, eu passei a maior parte do tempo no meu quarto olhando para um espelho. Nunca soube que deveria socializar". 

Além disso, relembra que passava “horas e horas” fazendo caretas para si mesmo na frente do espelho, descrevendo a memória de forma nostálgica, alegando que estava “apenas se divertindo”.  

Nessa mesma época, quando começou a trabalhar devido a demissão do pai, Jim abandonou a escola, alegando que deixou de ser um “aluno nota dez por não querer saber o nome de ninguém e não querer fazer amigos”. 

Apesar de todas essas experiências, elas não foram de todo o mal para o canadense. Depois de deixar os estudos, ele começou a frequentar clubes de comédia com seu pai, algo que despertou sua vocação natural.  

Jim Carrey em Ace Ventura / Crédito: Divulgação

Posteriormente, ganhou destaque entre os jovens que se apresentavam no circuito. Muito disso se deu por descrever de maneira humorada suas experiências malucas de vida.  

Apesar de todo seu sucesso que fez, Jim Carrey diz que nunca quis fazer parte do seleto grupo de grandes astros e estrelas de Hollywood. "Meu plano nunca foi me juntar a Hollywood, e sim destruí-la", comenta. "Eu queria demolir a noção do protagonista masculino e toda a sua seriedade".


++Saiba mais sobre Hollywood por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Hollywood: 131, de Charles Bukowski (1998) - https://amzn.to/2UXDWKe

Cenas de uma revolução: o nascimento da nova Hollywood, de Mark Harris (2011) - https://amzn.to/3c6gqAr

O pacto entre Hollywood e o nazismo: Como o cinema americano colaborou com a Alemanha de Hitler, de Ben Urwand (2019) - https://amzn.to/2ViwOqO

Hollywood Babylon: The Legendary Underground Classic of Hollywood's Darkest and Best Kept Secrets (Edição Inglês), de Kenneth Anger (1981) - https://amzn.to/2RurMWU

O livro do cinema, de Vários autores (2017) - https://amzn.to/2VeOS52

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W