Em seis episódios, Hitler e o Nazismo: Começo, Meio e Fim narra uma série de acontecimentos em torno de Hitler e o regime nazista
Na última semana, chegou à Netflix "Hitler e o Nazismo: Começo, Meio e Fim", minissérie documental que retrata os eventos em torno do ditador nazista. Quando falamos de personagens históricos, tivemos exemplos como Cleópatra e Alexandre, o Grande, no entanto, o lançamento aborda uma figura mais recente e controversa: o líder nazista Adolf Hitler.
Em seis episódios, 'Hitler e o Nazismo: Começo, Meio e Fim' explora a ascensão e queda de Adolf Hitler e do Partido Nazista, o Holocausto, até os Julgamentos de Nuremberg (1945 e 1946), após o fim da Segunda Guerra Mundial.
A produção se baseia em 35 horas de filmagens inéditas, além de mais de 1200 horas de áudio, contadas através da perspectiva do jornalista americano William L. Shirev, que cobriu os julgamentos e se tornou uma importante fonte sobre o holocausto.
Na série, são feitas reconstituições, além de serem apresentadas filmagens reais dos Julgamentos de Nuremberg, relatos de testemunhas oculares e imagens de arquivo.
Embora nenhuma evidência nova contra os nazistas seja apresentada, a série se aprofunda nos eventos que possibilitaram a ascensão de Hitler e a queda de seu regime. Confira a seguir 5 destaques sobre a minissérie documental.
Quando se pensa no grande vilão do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial, a mente de quase todo mundo se volta diretamente a Adolf Hitler. Porém, a nova série documental aborda uma figura que foi crucial no início do movimento nazista, permitindo que Hitler chegasse ao poder: Franz von Papen.
Como vice-chanceler da Alemanha em 1933, ele acreditava que poderia controlar Hitler e usá-lo para alcançar suas próprias ambições, no entanto, o que ele fez foi possibilitar que Hitler conquistasse uma posição importante no governo.
Franz von Papen foi quem garantiu o apoio de grupos conservadores e nacionalistas a Hitler, levando à ascensão do futuro tirano. Porém, como também mostra a série, ele foi uma das poucas pessoas absolvidas nos Julgamentos de Nuremberg — muitos foram sentenciados à morte —, pela falta de provas diretas que o ligassem aos crimes de guerra pautados.
Agora algo curioso que a série documental apresenta, e que nem todos sabem, é que Hitler tinha uma grande tendência ao ócio e ao lazer, passando longos períodos em seu refúgio de férias com a companheira Eva Braun e ao pastor-alemão, Blondi, delegando tarefas a subordinados, enquanto se dedicava principalmente a atividades pessoais.
Isso porque, conforme revela a estreia da Netflix, Hitler não pretendia se envolver no complicado trabalho de elaboração de políticas, sendo mais um fundamentalista com 'visões grandiosas' e buscas ideológicas.
Algo que é mistério até hoje sobre a figura de Hitler é sua relação com sua sobrinha, Geli Raubal, que foi encontrada morta aos 23 anos no apartamento dele em 1981, em Munique, com ferimentos à bala. Do início, o caso foi considerado suicídio, mas há anos é sugerido que ela tinha uma relação íntima com Hitler.
Além disso, a série documental sugere que o comportamento dominador de Hitler a teria levado a tirar a própria vida. Em 'Hitler e o Nazismo', Hitler exerce controle sobre a vida de Geli, ditando sua forma de agir, suas roupas e mesmo suas interações sociais.
Outro evento mencionado na série, e que nem todos relembram, se passa em 1939. Na ocasião, um navio partiu da Alemanha com mais de 900 passageiros judeus em busca de asilo nos Estados Unidos e em Cuba, no entanto, foi rejeitado. Os países recusaram o apelo de entrada, e a embarcação se viu forçada a retornar para a Europa.
Essa recusa, por sua vez, foi considerada uma trágica oportunidade perdida de salvar judeus do Holocausto. Na série, uma mulher que era apenas uma menina, na época, narra o desespero dos que estavam a bordo do navio MS St. Louis.
Vale mencionar que o chefe de propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, usou essa história para reforçar a ideia de que nenhuma nação queria os judeus em seu território. Assim, falava dos campos de concentração alegando que, pelo menos, lá eles poderiam 'ser úteis'.
Outra história descrita na série é a do oficial alemão Claus von Stauffenberg que, em 1944 — antes da derrota dos nazistas e do fim da Segunda Guerra, que seria só no ano seguinte — tentou, embora tenha falhado, terminar o reinado de terror do regime nazista assassinando Hitler. Na ocasião, ele tentou fazer um ataque colocando uma bomba em uma pasta enviada ao ditador.
Cada vez mais desiludido pelas brutalidades cometidas pelos alemães na Segunda Guerra, pretendia assassinar Hitler em uma tentativa que é, inclusive, reconstituída na série. Porém, a explosão não matou Hitler, que conseguiu escapar com ferimentos leves; já Stauffenberg foi preso e executado.
A morte de Hitler só aconteceria no ano seguinte, em 30 de abril de 1945, apenas um dia após se casar oficialmente com Eva Braun. Na ocasião, com os nazistas em derradeiro declínio, ele tomou cianureto e deu um tiro na própria cabeça; sua esposa também morreu, ao mesmo tempo, apenas ingerindo cianureto.
