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Matérias / Personagem

Preconceito e aceitação: A saga de Dido Elizabeth Belle, uma nobre inglesa negra

Filha de uma escrava com um membro da aristocracia, a jovem pode ter influenciado no debate sobre o fim da escravidão

Penélope Coelho Publicado em 07/07/2020, às 12h30

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Pintura de Belle - Wikimedia Commons
Pintura de Belle - Wikimedia Commons

Fruto de uma relação inusitada, Dido Elizabeth Belle, nasceu em 1761. Sua mãe Maria Belle foi uma escrava de origem africana, enquanto seu pai, Sir John Lindsay, atuou como oficial da marinha britânica.

Desde muito nova, a menina aprendeu da pior maneira as dificuldades de ser uma mulher negra na sociedade aristocrata, entretanto, com sua doçura e inteligência, ela pode ter feito mudanças significativas para a história.

Sir John Lindsay, pai de Belle / Crédito: Wikimedia Commons

Primeiros anos

Belle veio ao mundo no período em que a Inglaterra fazia uma grande expedição marinha, no auge do comércio de escravos. Foi assim que os pais da menina se conheceram. Em seus primeiros anos de vida, a garota foi criada pela mãe. Entretanto, em 1765, John decide levar a filha para a Inglaterra, com o intuito de que a criança tenha uma vida melhor.

Contudo, ele sabia que sua filha era ilegítima, além disso, era uma menina negra e parente de escravos. O homem teve medo do julgamento das pessoas, e demonstrou receio de perder sua posição social na nobreza, por isso, encontrou uma solução alternativa para a criação de Dido.

Belle foi educada por seu tio avô William Murray, 1º Conde de Mansfield  e por sua esposa. O casal não tinha filhos, eles cuidaram da menina junto com a sobrinha, Lady Elizabeth Murray — que havia perdido a mãe. Murray aceitou de prontidão cuidar da garotinha e ela foi criada como parte da família e educada da mesma maneira que a prima.

Pintura de Dido Elizabeth Belle  e sua prima, Lady Elizabeth Murray / Crédito: Wikimedia Commons

Preconceito

Porém, nessa época, nem todas as pessoas foram a favor da decisão de Murray e apesar de ter sido criada e amada sem diferenças, a menina sentia que era vista de outra maneira por aqueles que vinham de fora.

Sabe-se que mesmo sendo parte da família, a jovem não participava dos jantares formais e festas que envolviam a nobreza, ela só podia iniciar as refeições depois que todo mundo saísse.

Em sua adolescência, a menina passou a assumir funções domésticas como era de costume, entretanto, ela chocou a todos mais uma vez quando começou a desempenhar um papel de secretária, cuidando das correspondências do conde — algo incomum para as mulheres naquela época.

Legado

Embora Belle tenha sofrido dentro do palácio, Murray realmente gostava muito da menina, e quando faleceu em 1793, deixou uma boa herança para ela. O objetivo do homem era que Dido pudesse se manter sozinha com o dinheiro.

Após a perda de alguém tão importante em sua vida, a mulher decidiu que era hora de expandir seus horizontes. Belle casou-se em 1793 com o conde francês John Davinier, o casal teve três filhos. 

Alguns historiadores acreditam que a perspicácia de Dido pode ter influenciado fortemente algumas decisões históricas de William Murray contra a escravidão. O caso aconteceu em 1772, quando o conde avaliou a história do escravo James Somerset — que teria sido levado à força da Inglaterra. Na ocasião, ele demonstrou ser avesso à escravidão e declarou que a venda de pessoas para outros países era injusta.

Direta ou indiretamente, a influência de Belle ficou marcada para sempre. No ano de 1805, aos 43 anos de idade, ela faleceu. Mesmo que sua história ainda seja um mistério, a trajetória incomum da nobre é alvo de curiosidade até hoje, por isso, Dido já foi representada em peças teatrais, livros e filmes, o mais famoso deles é o longa ‘Belle’, lançado em 2013.


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