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Matérias / Estados Unidos

Há exatos 60 anos, a jovem Ruby Bridges enfrentava uma multidão racista

A garota tinha apenas 6 anos quando fez história ao ser a primeira negra a estudar em uma escola de brancos

Giovanna de Matteo Publicado em 14/11/2020, às 00h00

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Ruby saindo da escola protegida por policiais - Divulgação
Ruby saindo da escola protegida por policiais - Divulgação

No século 19, os Estados Unidos aboliram a escravidão no país. Porém, a cultura enraizada do racismo não acabou, e até hoje afro-americanos sofrem ataques. Por muito tempo, o país norte-americano impediu a adesão da população ex-escrava e afro-americana na sociedade. As políticas criaram um ambiente de segregação racial, principalmente nos estados do Sul e os Confederados.

Mas, em razão de uma repressão destrutiva, um movimento negro nasceu nas regiões para lutar pelos direitos civis e liberdade dos que estavam sendo oprimidos. A história de Ruby Bridges revela os problemas da questão racial e como pequenas personalidades podem revolucionar as estruturas socio-políticas, enfrentando um dos maiores casos de racismo e bullying.

1. Um contexto social e uma cultura racista

Nas décadas de 50 e 60, os Estados Unidos aderiram a um movimento segregacionista. Apesar da libertação dos escravos, os negros ainda eram subjulgados e não conseguiram receber os mesmos direitos. 

Leis como a conhecida "Jim Crow" impuseram no país um ambiente muito parecido com o da África do Sul nos tempos de Apartheid. Naquela época, a maioria dos lugares públicos era de exclusividade para brancos.

Negros não tinham direito ao estudo e saúde de qualidade, não podiam participar ativamente da política e nem tinham garantia de emprego assalariado. Nas cidades era possível se deparar com lugares específicos para brancos e negros, como bebedouros, bancos, e até mesmo lugares nos transportes públicos.

2. Quem foi Ruby Bridges

Ruby Bridges atualmente é ativista política / Wikimedia Commons

Rubytinha 6 anos de idade quando seus pais decidiram colocá-la em uma escola. Porém, desde jovem encontrou um obstáculo que mudou todo o processo de escolaridade: a sua cor. Ela vinha de uma família afro-americana, o que a impedia de poder estudar em qualquer escola que quisesse.

Seus pais, no entanto, responderam a um pedido da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e pediram que Ruby pudesse participar da campanha governamental de integração entre pessoas brancas e negras em Nova Orleans.

Felizmente ela conseguiu passar no teste e conseguiu se matricular, legalmente, em uma escola primária que era exclusiva para brancos. 

3. O primeiro dia

Então no dia 14 de novembro de 1960, Ruby foi levada à Escola Elementar William Frantz. Ela era a única pessoas negra dentro da escola, e a primeira pessoa não-branca que pisou naquela Instituição.

Por conta de movimentos extremistas e de atitudes preconceituosas ela precisou ser escoltada por policiais a todo o momento, que garantiam a segurança da menina dentro da escola e durante o caminho de ida e volta.

Isso foi necessário pois, por estar quebrando estruturas enraizadas, as reações contra ela poderiam ser maldosas. Assim, ela teria segurança diante de um possível ataque. Mas, quando chegou para ter aulas, encontrou um prédio vazio.

4. A reação 

Manifestantes protestam contra a integração da Little Rock, a High School Central do Arkansas, em 1959 / Wikimedia Commons

Em protesto contra a política de integração que batia de frente com as leis segregacionistas, os funcionários da escola, entre eles professores da instituição, se recusaram a ensinar a menina negra, pois não aceitavam sua presença.

Os pais das outras crianças também não gostaram da ideia. Em protesto decidiram não levar seus filhos brancos para a escola naquele dia, acusando que eles não poderiam ter contato com pessoas negras.

De qualquer jeito, Ruby resistiu e ao lado de uma única professora da escola, que aceitou dar aulas, e permaneceu na instituição até o fim do período. Contudo, enquanto se preparava para deixar o local, se deparou com uma manifestação na porta da escola que reuniu 1.000 pessoas contra a oportunidade de estudos para negros.

Aquelas pessoas cuspiram em cima da criança e gritavam pela sua expulsão, e chegaram até a jurar várias vezes à morte dela. No entanto, a menina não perdeu a postura. Em declaração do delegado federal Charles Burks sobre o caso ele disse: "Ela mostrou muita coragem. Ela nunca chorou. Ela não choramingou. Ela só marchava como um pequeno soldado, e nós estamos todos muito, muito orgulhosos dela".


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