O gênero true crime é um dos favoritos de muita gente; confira a seguir cinco casos que foram solucionados graças a produções do tipo!
Éric Moreira Publicado em 25/02/2024, às 10h00
Em maio de 2023, um caso de crime foi solucionado em Illinaois, nos Estados Unidos, de maneira inusitada: uma série documental true crime. Kayla Unbehaun foi sequestrada pela própria mãe, Heather, quando tinha apenas 9 anos; no ano passado, quando Kayla tinha 15 anos, o dono de uma loja da Carolina do Norte a avistou e reconheceu do programa 'Mistérios sem Solução', da Netflix.
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Como resultado, Heather foi presa e acusada de sequestro de criança, segundo o Ministério Público do Condado de Kane. Porém, o que é ainda mais curioso é que esse não foi o primeiro caso em que 'Mistérios sem Solução', ironicamente, ajuda a solucionar um mistério.
Segundo o The Independent, Terry Meurer, criador de 'Mistérios sem Solução', já disse que, ao longo de seus 23 anos de duração original, a série ajudou a resolver mais de 260 casos policiais arquivados. Vale mencionar que a série original terminou em 2010, mas ganhou remake na Netflix em 2020.
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Porém, engana-se quem pensa que essa série é a única que já ajudou a solucionar casos enigmáticos. Confira a seguir outras 5 produções que ajudaram a desvendar crimes reais.
Lançada originalmente em 2004, 'The Staircase' — cuja tradução seria 'A Escadaria' — foi dirigida por Jean-Xavier de Lestrade e está disponível na Netflix. A produção ajudou a solucionar o caso de Michael Peterson, um romancista policial acusado de matar sua esposa, Kathleen, depois que ela foi encontrada morte no pé da escada da residência onde viviam, em 2001; ele foi preso em 2003.
A produção de Lestrade foi crucial por introduzir a "teoria da coruja". No caso, o documentário revela que Kathleen segurava penas de coruja e alguns de seus próprios cabelos, quando foi encontrada. Isso, por sua vez, sugere que ela teria sido atacada por uma coruja e, naquele momento, caído da escada.
No entanto, embora a teoria tenha sido importante, foi somente em 2017 que Michael Peterson recebeu a liberdade, com a acusação reduzida para homicídio culposo e, em sequência, condenado a pena já cumprida.
Porém, isso só aconteceu depois que foi descoberto que Duane Deaver, analista do Departamento de Investigação do Estado, havia enganado o júri quando tratou das evidências de manchas de sangue, no julgamento de 2003.
Também na Netflix, está disponível a minissérie documental 'Quem Matou Malcolm X?', na qual, "décadas após o assassinado do líder e ativista afro-americano Malcolm X, um ativista embarca na difícil missão de encontrar a verdade", segundo a sinopse; a produção possui seis episódios.
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Após o assassinato da importante figura dos direitos civis norte-americanos em 1965, três homens foram presos: Muhammad Aziz, Khalil Islam e Mujahid Abdul Halim. Na época, Halim foi o único que confessou o crime, e negou a participação dos outros dois homens, que também se diziam inocentes; porém, os três foram presos.
Foi só 20 anos depois da prisão dos três homens, que o documentário 'Quem Matou Malcolm X?' apresentou várias novas evidências e depoimentos de testemunhas, o que levou à reabertura do caso.
Em novembro de 2021, finalmente, Aziz foi liberto — Khalil morreu na prisão, em 2009 —, depois que seus advogados descobriram que as provas do julgamento foram retidas pelos investigadores originais; Halim (também chamado de Thomas Hagan) segue preso.
Lançada em 1988, 'A Tênue Linha da Morte' demonstra a capacidade que os documentários possuem de solucionar casos policiais desde há mais de 30 anos.
A produção fora responsável pela libertação de Randall Adams, após ter sido condenado injustamente pelo assassinato do policial texano Robert Wood.
Em 1976, Adam aceitou uma carona de um jovem de 16 anos chamado David Harris, que dirigia um carro roubado. Naquela noite, Robert Wood parou o veículo para fazer uma inspeção dos faróis, quando foi baleado e morto.
Na mesma época, Adams foi julgado como culpado pela morte de Wood e condenado pelo assassinato. Foi, inclusive, sentenciado à morte. Porém, após 11 anos de prisão, ele foi inocentado e libertado graças ao documentário 'A Tênue Linha da Morte', de Errol Morris, onde conseguiu uma confissão de Harris sobre aquela noite.
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Em 2018, o cantor e compositor Chris Lambert decidiu criar um podcast dedicado a "resolver" um desaparecimento, ocorrido em 1996, de Kristin Smart, uma caloura na faculdade da Califórnia. Na época, após uma festa fora do campus, um colega de classe de Smart, chamado Paul Flores, disse que a acompanharia até o dormitório; mas ela nunca mais foi vista.
Graças ao podcast, chamado 'Your Own Backyard' — 'Seu próprio quintal', em tradução literal —, Lambert conseguiu reacender certo interesse geral pelo caso, e, assim, teve contatos com testemunhas bastante importantes, que foram capazes de fornecer razões suficientes para a reabertura do caso.
Durante escavações em uma área do campus da universidade, em 2016, os policiais conseguiram encontrar itens que, após análises de evidências biológicas, levaram-nos a descobrir que o corpo de Kristin Smart havia sido enterrado sob o convés da casa do pai de Paul Flores, antes de terem sido transferidos para lá. Então, o assassino foi condenado a prisão perpétua em março de 2023.
Aqui, vale destacar, não foi o true crime que solucionou o mistério, entretanto, a história daria um ótimo documentário do gênero.
'Segura a Onda' — que está atualmente na sua 12ª e última temporada —, ajudou a provar a inocência de um homem acusado de assassinato em 2004, depois que ele pôde ser identificado ao fundo de uma cena.
Na ocasião, um mecânico de Los Angeles, Califórnia, chamado Juan Catalan, foi preso acusado de ter assassinado Martha Puebla, de 16 anos. Ele, porém, sempre negou a acusação, afirmando que estava no Dodger Stadium assistindo a um jogo de beisebol quando o crime aconteceu.
Para a sorte de Catalan, no mesmo dia em que ele estava no estádio, a produção de 'Segura a Onda' gravou uma cena no local, e o mecânico foi identificado ao fundo de uma cena.
Posteriormente, vale mencionar, ele processou a cidade de Los Angeles por cárcere privado, má conduta e difamação de caráter, e recebeu uma indenização em acordo no valor de US$ 320 mil, em março de 2007.
